Uma tempestade de poeira vista pela sonda Mars Express, em abril de 2018.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin.
Esta impressionante imagem foi obtida no passado mês de abril, pela câmara de alta resolução da sonda europeia Mars Express, e mostra a frente de uma tempestade de poeira avançando sobre as planícies a oeste de Olympia Mensae, nas proximidades da calote do polo norte de Marte. Esta foi uma de muitas pequenas tempestades de poeira observadas este ano na superfície do planeta vermelho.
No final do mês de maio, uma tempestade de maiores dimensões emergiu mais a sudoeste, na região de Acidalia Planitia, evoluindo rapidamente para uma tempestade global que se mantém em atividade há já algumas semanas. A intensidade deste fenómeno significa que muito pouca luz consegue alcançar a superfície marciana – uma situação extrema o suficiente para que, neste momento, o robot Opportunity não consiga recarregar as suas baterias e comunicar com a Terra (devido a este fenómeno, o robot da NASA encontra-se em modo de hibernação desde meados de junho).
Em Marte, as tempestades de poeira ocorrem vulgarmente durante o período de verão no hemisfério sul, quando o planeta se encontra mais próximo do periélio da sua órbita. O aumento da intensidade luminosa produz na atmosfera variações térmicas significativamente mais intensas, o que por sua vez, resulta na formação de ventos fortes o suficiente para levantarem pequenas partículas de poeira da superfície, algumas com cerca de 0,01 mm de diâmetro.
Embora impressionantes, estes fenómenos são geralmente muito mais fracos que os ciclones tropicais terrestres. Isto acontece porque Marte tem uma atmosfera extremamente rarefeita, quando comparada com a da Terra, e os ventos das tempestades marcianas sopram a menos de metade da velocidade típica dos ventos dos ciclones tropicais na Terra.
A atual tempestade está a ser monitorizada pelas 5 sondas da ESA e da NASA a orbitar neste momento o planeta vermelho, e pelo robot Curiosity da NASA, ainda em atividade no interior da cratera Gale graças à sua bateria de plutónio. Compreender mais sobre como as tempestades globais se formam e evoluem será fundamental para o sucesso de futuras missões movidas a energia solar na superfície de Marte.
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