A sonda Mars Express detectou um lago subsuperficial em Marte. Este lago interior está debaixo de uma camada de gelo no pólo sul do planeta vermelho (na região Planum Australe).
A descoberta foi feita com o radar MARSIS (Radar Avançado de Marte para Ressonância da Subsuperfície e da Ionosfera).
A camada de gelo tem cerca de quilómetro e meio de profundidade.
Depois disso, está o lago.
O lago tem água líquida e muito salgada.
Ele tem cerca de 20 quilómetros de diâmetro.
Ainda não se sabe qual a sua profundidade exata, mas parece ser bastante fino (mais de 1 metro). Daí alguns cientistas criticarem a palavra “lago” preferindo dizer que é uma “camada” de água líquida – como se fosse uma banheira com 20 km de comprimento.
O estrondoso valor da descoberta está na quantidade de água líquida encontrada.
Outras excelentes características desta descoberta é que a água é salgada e o lago mantém-se estável.
A temperatura do lago é bastante fria: entre -10ºC e -70ºC.
Ele mantém-se líquido devido à elevada concentração de sais, como magnésio, cálcio e sódio.
Se este lago fôr como os lagos subglaciais terrestres, então poderá ter vida microbiana tal como a conhecemos.
Tal como descobrir este lago com a Mars Express levou vários anos de análises, também saber se este lago é habitado poderá demorar algumas décadas.
Uma outra avenida de investigação é saber se esta é uma descoberta única, ou se poderão existir outros lagos interiores em Marte, sobretudo nos pólos.
Esta descoberta, obviamente, faz clamar por uma missão semelhante àquela que se pensa há anos para Europa (lua de Júpiter). Ou seja, enviar um rover ao pólo sul de Marte, com uma broca esterilizada que permita perfurar os 1,5 km de gelo superficial, e chegar ao lago interior.
Note-se no entanto que não foi vista qualquer água.
Esta descoberta ainda está dependente de confirmações independentes.
Neste momento, só se pode dizer que existem fortes indícios – existe uma grande probabilidade – da presença de um lago ou camada de água líquida subsuperficial em Marte.
Fontes: artigo científico, Planetary Society, Bad Astronomy, Público.
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