Sonda a caminho do Sol

Crédito: NASA

Às 8:31 desta manhã (hora de Lisboa), a NASA lançou a “Parker Solar Probe”, a sonda que se espera chegue mais perto do Sol do que outras sondas solares anteriores.

Esta sonda é a mais rápida de sempre, feita pelos seres humanos.
Daqui a 6 semanas, ela irá fazer uma passagem por Vénus para lhe diminuir a velocidade e ajustar a rota, numa manobra conhecida como “gravidade assistida”. Esta manobra permite encurtar o trajeto para chegar ao Sol. Na verdade, esta manobra irá ser feita 7 vezes em 7 anos, de modo a encurtar gradualmente a distância ao Sol num total de 24 órbitas ao redor do Sol.
Daqui a 12 semanas (quase 3 meses), irá chegar perto do Sol. O primeiro periélio será a 1 de Novembro.

Crédito: NASA

Daqui a 7 anos, na sua órbita final pelo Sol, a sonda vai viajar a 696 mil quilómetros por hora, e vai estar a somente 6,1 milhões de quilómetros de distância da “superfície” da estrela.

(para terem uma ideia, se apanhássemos um vôo com ela, poderíamos ir de Lisboa a Nova Iorque (EUA) em meio minuto. E se considerássemos a distância da Terra ao Sol como um campo de futebol, então a sonda iria de uma baliza (Terra) à outra (Sol) colocando-se perto da baliza-Sol a metade da distância de um penalti – é praticamente um golo!)

Crédito: NASA

A sonda irá passar perto da coroa solar, permitindo-lhe estudar a camada externa da atmosfera solar (de modo a percebermos melhor como o calor e a energia se movem, como o plasma circula – gás ionizado formado a altas temperaturas).
A sonda irá também estudar os ventos solares e as ejeções de massa coronal que podem provocar belíssimas tempestades geomagnéticas (auroras) na atmosfera terrestre.

Crédito: NASA

A sonda conseguirá sobreviver num ambiente tão extremo e perigoso, porque tem um escudo térmico à base de carbono que lhe permite resistir a temperaturas de 1377ºC.

O nome, Parker, vem do astrofísico Eugene Parker, atualmente com 91 anos, que é considerado o “pai” do conceito de vento solar, descrevendo-o pela primeira vez. Na década de 1950, Parker propôs formas das estrelas (como o Sol) expelirem energia. Ele denominou de vento solar esta cascata de energia. E descreveu o fenómeno de vento solar como sendo um complexo sistema de plasma, campos magnéticos e partículas de energia.
É a primeira vez que uma missão da NASA tem o nome de uma pessoa que ainda está viva.

Fonte: NASA

4 comentários

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  1. Exato, era o que eu pensava (sem certezas); fora da nossa atmosfera, não vemos luz à volta.
    Obrigado, um abraço.

  2. Boas Carlos, gostaria, se fosse possível, que me explicasse uma coisa (afinal, o Carlos é um excelente divulgador de ciência, este blogue é uma prova disso).
    Pois bem, suponha-se (por absurdo) que eu estava na nave Parker e esta saía de dia em direção ao Sol, sempre em frente, à velocidade da luz ; penso que demoraria uns 8 minutos a lá chegar, certo?
    Ora, a sonda saía de dia (tudo claro pois estaria dentro da atmosfera terrestre) mas, a partir de um certo instante, eu veria tudo escuro, não é? Seria assim até chegar perto do Sol? “Lá fora” no espaço sideral é sempre escuro, apesar da luz solar?
    Obrigado, continuação de um bom trabalho.

    1. Olá Roberto,

      Não sei se entendi a sua pergunta…

      O Sol continua lá. Na atmosfera terrestre, veria a luz do Sol ao seu redor, porque a atmosfera espalha a luz. No espaço, veria o Sol sempre à sua frente a enviar luz. Não teria luz em todo o seu redor. Mas saberia perfeitamente onde está o Sol, porque veria a luz vinda do Sol.

      Há várias imagens tiradas a partir da Estação Espacial Internacional a mostrar o que veria… porque é o que eles veem.
      Veja por exemplo, esta imagem:
      https://qph.ec.quoracdn.net/main-qimg-806b80baf1d99227843e340aa4f9a3ba-c
      Não veria aqueles “picos” todos, porque isso é o reflexo de estar a ver através de uma janela. Mas dá para ver que se veria tudo escuro à volta, e o Sol à nossa frente.

      abraço!

    • J.REYES PRADO on 12/08/2018 at 17:06
    • Responder

    Espetacular intento da NASA ao enviar a sonda,com exito, e o mas importante, o conhecimento que terá produzido ao mundo.

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