Descoberta a primeira exolua?

Créditos: NASA / ESA /L. Hustak

Uma equipa de astrónomos utilizou dados do Telescópio Espacial Hubble e do Observatório Espacial Kepler para provavelmente descobrir a primeira lua fora do nosso sistema solar.

As evidências são fortes para aquela que seria uma descoberta fantástica.
No entanto, para já, é só uma candidata.

A candidata a exolua, denominada Kepler-1625b-i, encontra-se a 8000 anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação do Cisne.
A existir, ela orbita um planeta gigante de gás (como Júpiter). Esse planeta orbita a estrela Kepler-1625.
Ela deverá ser enorme: do tamanho de Neptuno!
Ou seja, será similar a uma lua Neptuno a orbitar um planeta Júpiter!

Apesar de ser enorme, a exolua só deverá ter 1,5% da massa do planeta. Sendo que o planeta Kepler-1625b deverá ser muito mais maciço do que Júpiter.
Ambos – planeta e lua – deverão ser gasosos.

Ambos estão na zona habitável da estrela. Mas sendo gasosos, não deverão ter vida como a conhecemos.

A potencial descoberta foi feita através do método do trânsito. Com a luz estelar a diminuir sempre que o planeta e a lua passam em frente da sua estrela (a partir da nossa linha de visão). Pequenas variações nessa diminuição dão a entender que o planeta tem uma lua na sua órbita.

Além disso, o trânsito do planeta deu-se uma hora mais cedo do que o previsto, o que é consistente com estarmos na presença de um centro de gravidade comum entre um planeta e uma lua, que faz com que o planeta se “atrase” algumas vezes e se “adiante” noutras vezes em relação à sua localização prevista caso estivesse isolado.
Neste caso, é possível que esse “adiantamento” do trânsito possa ser devido à existência de um outro planeta no sistema. No entanto, como não foi detectado outro planeta, a existência da exolua é a hipótese mais simples para explicar as variações do planeta.
A ser uma exolua, poderá ser como um sistema duplo de planetas, já que a exolua será enorme (muito maior que as luas do nosso sistema solar).

Mais observações são necessárias para confirmar (ou não) esta descoberta.
São precisos mais trânsitos e observações desses trânsitos, para se saber se realmente existe uma lua ou não.
Isto leva sempre vários anos.

Espera-se que o Telescópio Espacial James Webb venha a descobrir várias exoluas…
Afinal, mais de 20 anos após a descoberta dos primeiros exoplanetas (enormes, para poderem ser detectados), a lógica diz-nos que as próximas grandes descobertas serão de exoluas (enormes, para poderem ser detectadas).

Fontes: NASA, Space Telescope, Hubblesite, comunicado de imprensa, artigo científico.

3 comentários

    • Jonathan Malavolta on 18/09/2021 at 06:51
    • Responder

    Caso exista possibilidade de vida, que tipo de seres vivos podem ser encontrados em corpos celestiais gasosos (maciços ou não)?

    1. Sagan falou sobre isso na série Cosmos.

      Veja este vídeo:
      https://www.youtube.com/watch?v=uakLB7Eni2E

      Eu também escrevi sobre isto:
      “Além de levar a ciência ao público, Sagan colaborou com outros cientistas de modo a imaginar como seria a vida em ambientes extraterrestres.
      Com o astrofísico Ed Salpeter, ambos imaginaram como seriam as formas de vida nas nuvens de Júpiter, sem violarem as leis da física, da química ou da biologia: pequenos sinkers (mergulhadores), enormes floaters (flutuadores), e hunters (caçadores).”

      abraços!

  1. Acredito que seja uma planeta que fica numa pequena orbita próxima ao Exoplaneta Kepler-1625b, mas também acredito que não haja Exo luas ou exoplanetas se ele for 10 massas do planeta Júpiter terá então enorme gravidade pode ser um fenômeno atmosférico entre a estrela e planeta…mas só especulação distância enorme 8000 anos luz muita coisa. Espera-se que o Telescópio Espacial James Webb venha a descobrir várias exoluas… aguardar não há jeito a tecnologia ainda estar por vir.

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