Predador

Este filme de 2018 é tecnologicamente mais avançado que o primeiro.
E, claro, tem muito melhores efeitos especiais.

No entanto, não é tão impactante como o filme original.
Sobretudo… falta o Arnold Schwarzenegger.

Ao contrário do que se pensou, este não é um refazer da história original…

No início, vê-se como o Predator chegou à Terra.

Os Humanos, afinal, sabem que os Predators já estiveram cá e vêm cá periodicamente.

Os cientistas militares apanham e estudam um Predator num laboratório.
Mas, claro, o Predator consegue escapar e matar toda a gente.

Ou melhor, mata quase toda a gente…
É que ele não mata a bela astrobióloga…
Será que o conceito de beleza é universal? (ironia)

Incrivelmente, a cientista comporta-se como um soldado. O que não faz qualquer sentido…
E ainda menos sentido faz, tendo em conta a sua profissão: ela estuda a vida, não devia querer matá-lo.

O filme dá a entender que o autismo é o próximo passo da evolução, já que o miúdo autista torna-se o melhor soldado guerreiro.

A verdade é que o primeiro Predator, mais pequeno, estava a tentar ajudar-nos, trazendo algo para nos defendermos dos Predators maiores.
Mas nós não compreendemos. Interpretamos errado. E prendemos esse Predator, pensando que ele nos queria matar.

No final, vê-se que a prenda que o primeiro predador nos trouxe é um Predator Killer: um fato militar todo equipado que se torna um exo-esqueleto dos humanos. Isto vai permitir-nos combater os Predators maiores.

Este é um filme que proporciona um bom entretenimento, sobretudo com as cenas de humor.

No entanto, é um filme confuso, com demasiadas justificações complexas para a história.
A história original é mais simples. E era assim que devia continuar…
Devia haver só um Predator.

Existem várias coisas que fazem pouco ou nenhum sentido.

Por exemplo, quando a astrobióloga fica nua, o Predator não a vê.
Mas porque não a vê? Devia ver, já que o corpo dela transmite calor.
Parece-me que essa cena foi só uma desculpa para pô-la nua…

O miúdo é tratado como sendo autista, mas aparentemente ele interage bem com o seu ambiente, com as pessoas e com as mudanças constantes (e o stress) que acontecem na sua vida.

Numa das cenas mais memoráveis, vê-se um campo de forças acima da nave, com um intervalo de modo às pessoas se poderem esconder entre o campo de forças e a nave.
Isto foi visualmente excelente. No entanto, militarmente não faz qualquer sentido.

No filme, é dito que somos uma espécie em vias de extinção, devido às alterações climáticas. Esta mensagem gratuita de se incluir alterações climáticas em tudo, mesmo num filme que não é sobre isso, parece-me incrivelmente absurdo.
Parece a moda dos zombies. Agora, é a moda das alterações climáticas em todos os filmes…

Não se entende porque o Predator maior não mata o pai McKenna. É absurdo ele sobreviver.

Por fim, estou farto do geocentrismo psicológico de acharem que a Terra é o centro do Universo.
A Terra é tão especial, que os Predators vêm para cá lutar entre eles. A Terra é tão especial, que é o palco universal das guerras alienígenas.
Além disso, os humanos são tão especiais, que alguns Predators até nos vêm ajudar, contra outros Predators.

Existiram algumas ideias interessantes no filme:

Por exemplo, ele na realidade não é um predador. É simplesmente um caçador que caça por desporto. Faz em vários planetas o que muitos humanos fazem na Terra.
Os Predators até têm animais, como cães, que farejam e os ajudam na caça.

Interessante também a ideia de que os Predators estão a tentar evoluir.
Infelizmente, para se tornarem híbridos, precisam de humanos. Mais uma vez, o geocentrismo psicológico de se assumir que os Humanos são tão especiais…

Pareceu-me curiosa a forma como se tratou o autismo: não como uma doença ou uma deficiência, mas sim como o próximo passo da evolução.

Por último, ficou-me na memória a frase dita no filme para descrever o Predator (ou as suas tranças): “Parece uma Whoopi Goldberg alienígena.”

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