The Wild Andes é um excelente documentário em 3 episódios.
Recomendo fortemente que o vejam!
Os Andes possuem um leque de habitats diferentes, que evoluem quase isoladamente.
Para mim, este é o grande interesse da série: a diversidade de vida adaptada a distintos ambientes.
Esta série passou no canal Smithsonian, no canal Odisseia e, em Portugal, na RTP2.
“A cordilheira dos Andes não é apenas a maior (mais longa) cadeia montanhosa do planeta: é igualmente a mais dinâmica.
Nesta série documental, viajamos desde as altas pastagens do norte tropical até ao planalto do centro, passando pelas florestas pré-históricas do sul, explorando a história natural em constante mudança desta incrível cadeia de montanhas.”
Episódio 1: Life in the Clouds – A vida nas Nuvens.
“Na Placa do Norte dos Andes, montanhas em crescimento e vulcões activos em erupção que continuam a elevar-se e vales extremamente profundos, produziram uma variedade de vida verdadeiramente impressionante.
Com sapos venenosos, anfíbios sem pernas, macacos voadores, os únicos ursos do continente e os últimos glaciares tropicais do mundo, a Placa do Norte dos Andes é diferente de qualquer outro lugar da Terra.”
“À medida que os Andes se foram elevando, os vales do Norte ficaram tão escarpados e profundos que ficaram isolados uns dos outros, transformando-se num refúgio único para uma grande variedade de plantas, rãs, insectos e aves.
Nestes bosques chuvosos, quase permanentemente envoltos em nuvens, podemos encontrar animais tão variados como o urso-de-óculos, a rã venenosa do Marañón, o macaco-barrigudo, e mais de uma centena de espécies de colibris. O isolamento é tão evidente que há apenas uns anos se descobriu, no topo do bosque chuvoso andino, um mamífero novo, o olinguito.”
A combinação única de latitude (equador) e altitude (5.000 metros), faz com que estes Andes Tropicais tenham uma enorme variedade de vida.
Neste episódio, vemos os Andes Setentrionais, com cumes gelados e calor equatorial, o que gerou uma extraordinária diversidade de vida.
Existe uma “floresta de nuvens”, com fantásticas condições de humidade.
E toda a vida lá existente, está adaptada a estas condições.
Existem altas pastagens no norte tropical, com plantas fabulosas, ursos de óculos, colibris de diferentes espécies, rãs venenosas, macacos barrigudos de cauda amarela, e Olinguitos (um mamífero, que é uma descoberta recente).
Curioso os glaciares, ao derreterem, darem toda a água para os outros habitats e para toda a vida que depende dessa água.
Está tudo interligado!
Além das imagens belíssimas, gostei de ver o mundo em constante mudança, e a contínua actividade da Evolução.
Episódio 2: Extreme Survival – Sobrevivência Extrema.
“Num cenário dramático de géiseres de altas temperaturas, pradarias áridas e vulcões cobertos de neve, os destinos de um alpaca recém-nascido e de uma colónia de flamingos revelam-se.
Esta é a história de tirar o fôlego de como os animais nas altas planícies andinas se adaptaram a um mundo queimado pelo calor vulcânico e marcado pela sede e pelo ar rarefeito.”
Nas montanhas dos Andes Centrais, a 4000 metros de altitude, além do ar ser rarefeito, existe escassez de água (por isso, a água é preciosa).
Gostei de ver o planalto do centro.
Adorei a Laguna Colorada, sobretudo devido à vida que lá existe.
A água sulfurosa e mal-cheirosa contrasta com as belas danças dos flamingos.
Gostei também de ver o Salar de Uyuni, na Bolívia.
É o mais vasto deserto de sal do mundo. E mesmo assim, tem vida.
E, claro, gostei do Lago Titicaca, com a vida adaptada a estas condições.
Em termos de vida, surpreenderam-me as Vicunhas, com coração e pulmões invulgarmente grandes.
E também as Viscachas, que comem as próprias fezes.
A lição a tirar de tudo isto é que a vida prospera, mesmo nos locais mais inóspitos.
Episódio 3: Patagonia Untamed – Patagónia Indomada.
“No extremo sul dos Andes, um puma fêmea tenta criar a sua família, os condores necrófagos dos Andes sobrevoam as intermináveis florestas tropicais que abrigam habitantes raros e existem espécies de árvores que sobreviveram aos dinossauros.
Nesta remota ponta meridional da Patagónia tudo tem de se adaptar às mudanças constantes, invasões e alterações explosivas causadas por vulcões.
Selvagem e indomada, esta é a vida no fim do Mundo.”
É uma região inóspita de torres rochosas e frio gelado.
Existem tempestades invernosas, mesmo no verão.
Gostei de ver as florestas pré-históricas do Sul.
E o Pico Aconcágua.
90% das espécies evoluíram para viverem somente ali, nos vales verdejantes, nas florestas tropicais, isoladas pelas montanhas.
Gostei de ver os pumas, e os guanacos.
Mas sobretudo gostei de ver o Lucano de Darwin, com uma lição de não desistir.
Curioso as Árvores Araucáreas existirem há 200 milhões de anos – desde os “primeiros” dinossauros.
Sendo que os Andes têm somente 25 milhões de anos.
Infelizmente, a invasão de castores americanos (levados por humanos) produziu uma catástrofe natural: uma devastação nesta terra do fogo, a sul.
A evolução geológica continua: as forças subterrâneas continuam a empurrar os Andes para os céus.
Só o Chile tem quase 500 vulcões activos.
Os rios de cinza, matam a vida existente. Mas até da terra sepultada, acaba por brotar vida.
Foi deste fogo vulcânico que nasceram as condições para a espectacular vida selvagem dos Andes.
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