À medida que o novo coronavírus continua a espalhar-se, os epidemiologistas estão a tentar entender o quão infecciosa é a doença. Para isso têm de projectar quantas pessoas mais podem ficar doentes nas próximas semanas ou meses. O termo que descreve o número médio de pessoas para as quais um indivíduo infectado espalha a doença é o “número básico de reprodução”, o R0. Se o R0 for superior a 1, a epidemia cresce; se for inferior, isso quer dizer que está na curva descendente.
Numa análise feita pela Universidade de Lancester (aqui) podemos ler que a estimativa de R0 do novo coronavírus de 2019 (2019-nCov) é de 3,8 (IC 95%, 2,39-4,13).
Ainda sem ter passado pela revisão por pares, estas primeiras estimativas colocam o R0 do 2019-nCov no intervalo de dois a três. Para comparação, o R0 da SARS era de duas a quatro quando causou um surto mortal em 2003, e o R0 do sarampo é de 12 a 18.
Contudo, um número de reprodução não é fixo. O número de reprodução efetivo do novo coronavírus provavelmente é menor que o R0 estimado – mas ainda é muito cedo para prever como será a curva.
Com um R0 de 3,8, a equipa de Jonathan Read calcula que que 72% a 75% das transmissões virais têm de ser evitadas para que os casos de infecção comecem a diminuir.
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