Verdade e mentira nas redes sociais

A Fundação Francisco Manuel dos Santos realiza a rubrica Fronteiras XXI, com alguns programas de debate sob o tema “Os Temas que desafiam Portugal e o Mundo”.

O Fronteiras XXI já vai na 4ª temporada.

Da 1ª temporada, em 2017, destaco o debate com o título: Verdade e mentira nas redes sociais

“As redes sociais são cada vez mais palco de activismo social e luta de causas, mas também de notícias falsas, de manipulação e campanhas de ódio. Que poder têm o Facebook ou o Twitter? Como podemos proteger-nos de difamação digital? E como vão evoluir estas plataformas no futuro?

Papa Francisco apoia Trump para a liderança dos EUA? Mulher infectou 586 homens com HIV? Grupo de 50 árabes viola mulheres num restaurante na Alemanha?
Notícias como estas são totalmente falsas mas foram partilhadas milhares e milhares de vezes nas redes sociais e chegaram a ser até publicadas nos media.

Com quase 2,8 mil milhões de utilizadores em todo o mundo, plataformas digitais como o Facebook ou o Twitter são cada vez mais palco para campanhas de ódio, difamação política e notícias falsas. Vários peritos apontam-nas como uma verdadeira ameaça à democracia e até o Vaticano fez das “fake news” o tema da sua jornada mundial da Comunicação Social.

Ao mesmo tempo, as redes continuam a ser um dos principais meios de denúncia e mobilização social.
Portugal não foge à regra como mostram os recentes casos de agressões por seguranças de uma discoteca de Lisboa, onde a partilha de um vídeo fez mais do que as 38 queixas contra o estabelecimento recebidas pelas autoridades, ou o polémico acórdão envolvendo uma vítima de violência doméstica e citações bíblicas.

Que poder têm as redes sociais? E como podemos torna-las mais seguras? Que ameaças traz a justiça popular nas redes? E como podem os utilizadores proteger-se da difamação ou de ver os seus perfis analisados para campanhas publicitárias e políticas?

Para responder a estas e outras perguntas convidamos a cronista e jornalista Clara Ferreira Alves,um dos maiores peritos em media sociais, o publicitário brasileiro Renato de Paula, o especialista em política internacional Bernardo Pires de Lima e
o subdirector de informação da RTP para a área multimédia Alexandre Brito.”

Estive a ver esta discussão bastante interessante sobre as notícias falsas nas redes sociais.

Pensei que iria ser uma discussão mais tecnológica, mas afinal foi bastante focada na parte social.

Nestas discussões fico sempre com esta pergunta: porque não convidam para o painel alguém mais novo, que já “nasceu” online? Alguém que já cresceu nas/com as redes sociais?
Parece-me que esse/a jovem poderia trazer uma perspetiva mais “fresca”, inovadora, sobre o assunto.

Das palavras da jornalista Clara Ferreira Alves, retirei estas ideias:

As pessoas tomam por boa a informação que lêem, mesmo que seja manipulada ou falsa.
É uma atitude de credulidade perante o mundo virtual.

O Facebook está a mudar os nossos comportamentos sociais, para pior.

De Bernardo Pires de Lima, realço estas palavras:

As redes sociais transformam popularidade em legitimidade.

Elas aumentam a polarização, transformando as bases do debate. Os moderados praticamente não têm voz.

É preciso criar regras na internet, nas redes sociais.

Existem vários problemas com a internet. Destaco estes dois:

A internet ainda está na sua infância.
Como qualquer outra inovação, inicialmente não existem regras.
Quando apareceram os primeiro carros, não existiam sinais de trânsito ou regras de condução. Toda a gente andava como queria.
Esta é a fase em que estamos na internet.
Com o passar do tempo, as regras vão aparecendo, e eventualmente teremos que ter uma “carta de condução” para “conduzir na internet”, caso passemos em exames de “código de internet”.

O outro grande problema é de (falta de) literacia funcional: as pessoas não sabem distinguir o que é verdade do que é mentira.

Vejam todo o debate, no website da RTP, aqui.

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