Mentira de 1 de Abril

Tal como fazemos todos os anos, há já 13 anos, também este ano publicamos a nossa mentira do dia 1 de Abril.
Fazemos isto por ser tradição, por divertir, mas também – como já explicamos noutros anos – com um objetivo pedagógico: se as pessoas caem nestas mentiras absurdas neste dia, então deveriam fazer auto-reflexão e pensar nas mentiras em que talvez caiam durante os outros 364 (ou 365) dias do ano – e isto deveria-as preocupar, claro.

Algumas pessoas questionaram a imagem, pensando tratar-se de outra coisa que não o planeta Vénus.
Deixem-me fazer-vos uma surpresa: este é mesmo o planeta Vénus.
Esta é uma imagem feita em 2008, pela NASA – JPL.
É uma simulação feita em computador, feita com base nos dados de radar enviados pela sonda Magalhães.
O radar permite ver “por entre” as nuvens, passar pela densa atmosfera, e mapear a superfície do planeta infernal.
Claro que a côr foi depois simulada (baseada nas imagens a cores feitas pelas sondas Venera 13 e Venera 14) e ampliada de modo a realçar pequenas diferenças na superfície.

Créditos: NASA / Jet Propulsion Laboratory-Caltech

Como é que as pessoas poderiam ver que a história é mentira?

Quem é nosso leitor assíduo, já percebeu que todos os anos, na mesma data, fazemos isto.

Quem é nosso leitor assíduo também já percebeu que estes posts de humor no dia 1 de Abril são sempre do mesmo autor: o biólogo Jorge Almeida.

Quem não é nosso leitor assíduo, sempre que ler alguma notícia (seja onde fôr), deverá:
– confirmar sempre alguma notícia noutras fontes credíveis.
– deverá avaliar os links e as fontes dadas. Quando não há fontes (como neste caso), então deverá ser mentira. Mesmo quando a notícia diz a fonte (ex: “A NASA disse que…”), então o leitor deverá obrigatoriamente ir ao website dessa fonte (ex: NASA) avaliar se a informação está lá e corresponde ao que foi lido.
– olhar para a data do artigo. Neste caso, está explícito que é do dia 1 de Abril.
– ler os detalhes ao redor da notícia. Neste caso, está explícita a categoria: Humor.

Tal como no caso do COVID-19, também neste caso da literacia funcional, se queremos ter uma sociedade mais inteligente, mais literada, temos que ser nós a fazer por isso. Temos que ser nós, individualmente, a avaliar melhor as notícias, e não acreditarmos (e partilharmos) só porque algo parece ser verdade.