Artigo muito interessante, com as palavras da enfermeira Carla Pinto, que trabalha nos Cuidados Intensivos do Hospital de Braga com doentes COVID-19.
Ela conta algumas histórias em que foi descriminada, porque usa luvas e máscara para proteger os outros… e mesmo assim as outras pessoas não percebem que é para proteção delas.
Também fala na dureza e no stress do trabalho atualmente (com longas horas).
E nas falsas sensações de segurança que se tem nos grandes hipermercados e para as quais ela tem tentado alertar.
Alguns excertos:
“Disse-lhe: ‘Eu estou mais em risco do que a senhora que está aqui a falar comigo sem máscara.’ É lamentável que as pessoas não se informem sobre este problema de saúde pública e que tenham estas atitudes discriminatórias. Como é possível? Ainda lhe disse: ‘Vocês não permitam que a vossa ignorância se transforme na vossa ruína. Porque a vossa ruína é a nossa ruína”.”
“Há pessoas que olham para nós, profissionais de saúde, com agradecimento, outras com medo e outras até com um certo… sim, eu já fui olhada por algumas pessoas com um olhar de repugnância. Não compreendo a ignorância das pessoas.”
“(…) o que temos percebido é que nós, profissionais de saúde, lidamos com o risco, mas estamos conscientes dele. O problema não está nos profissionais de saúde, o problema está nas pessoas acharem que estão protegidas, mas não estão.”
“(…) as pessoas quando calçam as luvas sentem-se protegidas e com elas fazem tudo: metem a mão à boca, pegam no cartão multibanco, coçam a cara…”
“Todos temos uma quota parte de responsabilidade. Se as pessoas, os cidadãos comuns, não cumprem com a sua parte, não podem esperar que nós, os profissionais de saúde, façamos milagres.”
Últimos comentários