Têm sido realizados vários estudos em vários países sobre o uso da Cloroquina e da Hidroxicloroquina no tratamento à COVID-19.
Infelizmente, ou os estudos não passaram na revisão por pares (por não serem estudos verdadeiramente científicos, com grupos de controlo e duplamente cegos) ou então deram resultados inconclusivos ou negativos.
Um dos problemas de todos estes estudos é, também, terem amostras pequenas – sobre as quais não se podem generalizar conclusões.
Os resultados inconclusivos ou negativos já se sabiam há bastante tempo.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (do Ministério da Saúde, no Brasil) e o Conselho Regional de Farmácias (de Minas Gerais) já tinham alertado para que as pessoas não usassem estes medicamentos para a COVID-19 em Março de 2020: “O uso da cloroquina ou hidroxicloroquina é desnecessário em pacientes contaminados pelo Covid-19 que apresentam sintomas leves e extremos e perigoso como medida profilática.”
Note-se que tanto o FDA como o CDC, nos EUA, alertaram para o mesmo.
Agora, saiu um novo estudo feito em veteranos (militares) que tinham contraído a COVID-19, nos EUA.
Os resultados foram claros: pacientes que tomaram a hidroxicloroquina sofreram mais do dobro das mortes do que aqueles que não tomaram a hidroxicloroquina.
Ou seja, não só não existiu qualquer benefício (em combinação com outros medicamentos), como existiram mais mortes quando os pacientes só tomavam isso.
Um dos grandes problemas deste estudo, mais uma vez, é que tem uma amostra pequena: 368 pacientes.
Até agora, vê-se perfeitamente uma tendência de conclusões nestes estudos: ou são inconclusivos, ou dão que não existe qualquer benefício, ou então mostram que existe um enorme prejuízo (morte) para os pacientes.
Por isso, quando Trump, do seu púlpito de Presidente dos EUA afirmava que as pessoas infetadas deviam tomar isto porque, segundo ele: “O que é que têm a perder?”
A resposta é simples: podem perder a sua vida.
No entanto, como sempre, em ciência, os resultados nunca estão totalmente fechados, sobretudo em estudos que têm o problema de terem amostras pequenas.
Assim, existe um grande estudo a ser feito atualmente para saber da eficácia da hidroxicloroquina. Os pacientes são profissionais de saúde. O objetivo é saber se a hidroxicloroquina impede/previne que as pessoas fiquem doentes com a COVID-19. Mais de 3000 voluntários participam neste estudo, que tem grupo de controlo e é duplamente cego, como mandam as regras científicas.
Apesar de ser um estudo que está a ser feito de modo a ter resultados rápidos (para os prazos normais da ciência), os resultados finais deste estudo só existirão em Agosto ou Setembro.
No entanto, em meados de Maio já deverão existir alguns resultados preliminares/intermédios.
O mesmo hospital que está a fazer este estudo (Henry Ford Hospital), também está a fazer um grande estudo em relação ao medicamento Remdesivir (com diferentes doses). Já está na Fase 3 deste estudo.
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