Estão constantemente a passar asteróides relativamente perto da Terra.
Por asteróides, entenda-se, pequenas pedras que andam pelo espaço.
Por relativamente perto, entenda-se dezenas de vezes mais longe que a Lua!
Por vezes até é o mesmo asteróide, já que existem asteróides com uma órbita pequena ao redor do Sol, por isso é natural que passem perto da Terra várias vezes, ciclicamente.
Até há cometas assim! Por exemplo o cometa Encke tem um período orbital de 3,3 anos. Assim, é normal que o estejamos periodicamente a observar.
Mas porque isso “vende”, dá cliques (clickbait), constantemente nos jornais e redes sociais se vêem notícias sobre isto (normalmente, com cabeçalhos catastrofistas).
A verdade é que as definições da NASA também têm alguma responsabilidade, já que definem Near-Earth Objects (Objectos Próximos da Terra) até 1,3 unidades astronómicas e Potentially Hazardous Objects (Objetos Potencialmente Perigosos) até 0,05 unidades astronómicas (cerca de 20 vezes mais do que a distância da Lua!).
Por exemplo, em Setembro do ano passado, falou-se dos asteróides 2010 C01 e 2000 QW7.
Em Dezembro, foi o CH59 2000. Até existiu quem o considerou potencialmente perigoso, por ser, supostamente, gigantesco (tem somente entre 300 e 600 metros de diâmetro). No entanto, passou cerca de 20 vezes mais distante do que a Lua está da Terra!
Em Março deste ano, foi o pequeno asteróide 2020 EF (que só tem cerca de 30 metros de diâmetro) que passou “perto”: 10 vezes mais distante que a Lua!
Hoje, 29 de Abril, passou o asteróide 1998 OR2.
Este sim é um asteróide bastante grande, já que tem cerca de 2 quilómetros de diâmetro.
Esta manhã, ele passou a mais de 6 milhões de quilómetros de distância da Terra. Ou seja, passou a uma distância 16 vezes superior à da Lua!
Para mais informações, leiam este artigo, no EarthSky.
Tal como eu já escrevi aqui em dezenas de artigos, não são estes objetos (asteróides e cometas) que são os perigosos. Estes são conhecidos, são constantemente monitorizados e estão controlados. O perigo são aqueles que desconhecemos (que ainda não detectámos).
Isto é fácil de perceber comparando os asteróides/cometas a vírus: o perigo não é o vírus do sarampo ou o da varíola (esses já conhecemos, e temos vacina para eles – estão controlados). O problema são os vírus que desconhecemos e que podem desenvolver-se rapidamente (como o novo coronavirus).
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