“Frankline Ndifor era conhecido nos Camarões como o “profeta”. Dizia curar a Covid-19 apenas colocando as mãos na cabeça dos doentes. Morreu com o vírus e centenas de fiéis rezaram para o ressuscitar.
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Os seus seguidores alegavam que o “profeta” não estava morto, apenas estava num retiro espiritual com Deus e voltaria à vida em breve. Mas, depois de forçarem a entrada, as autoridades acabaram por recolher o corpo de Ndifor (…).
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Um médico que esteve no local, Gaelle Nnanga, explicou que Ndifor tinha morrido menos de uma semana depois de lhe ter sido diagnosticada a infeção pelo vírus. Mas já estaria doente há várias semanas. (…)”
Leiam todo o artigo no jornal Observador, aqui.
Resumindo:
Frankline Ndifor estava infetado com a COVID-19.
Continuou a pregar para inúmeras pessoas. Dizia que conseguia curar o novo coronavirus. Como estava infetado, deve ter contagiado imensas pessoas com a sua irresponsabilidade.
Entretanto morreu da COVID-19. Os seus fiéis seguidores diziam que o conseguiam ressuscitar. Obviamente, não conseguiram.
Então os fiéis, cegos pela fé, voltaram-se para a dissonância cognitiva: “Frankline Ndifor não pode estar morto, por isso deve estar num retiro espiritual com Deus”.
Enfim…
Reflexão:
Um habitante dos Camarões resolveu praticar a vigarice mais popular de todos os tempos: “Vou usar a religião, para ter um grande número de seguidores ignorantes atrás de mim. Depois, é só dizer que faço um milagre qualquer (por exemplo, digo que consigo curar a doença do momento) e serei logo considerado um profeta, um santo!”
Esta manipulação das pessoas é tão fácil e já foi tantas vezes desmascarada que se poderia assumir que mais ninguém cai nela.
Infelizmente, em locais (incluindo nos chamados países desenvolvidos) onde a educação formal e o pensamento crítico são negligenciados, estas vigarices continuam a prosperar…
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