Mai 09

Foguetão Chinês caiu perto das Maldivas

Ontem, estivemos durante a noite a relatar o que ia acontecendo ao foguetão chinês Longa Marcha CZ-5B.

Como era uma queda descontrolada, não se sabia muito bem quando e onde ia cair.

Era para cair entre as 2 e as 4 da manhã do dia 9 de Maio. E caiu às 3h24m (de Portugal).

Como ele orbitava a Terra a cada 90 minutos, então durante as duas horas em que podia cair, conseguiu dar uma volta ao planeta.

Nessa altura, passou sobre Portugal:

Continuou e passou sobre Israel:

A seguir passou sobre a Arábia Saudita e por fim sobre Omã, em que se vê que já está a arder na atmosfera:

O foguetão foi pela última vez registado sobre a Arábia Saudita, quando começou a entrar na atmosfera.

Depois disso, era o Oceano Índico, que foi onde colidiu com a superfície terrestre.
Assim, seguiu as probabilidades: caiu sobre a água.

As autoridades chinesas anunciaram que os destroços do foguetão (o que restava) caíram muito perto das Maldivas.

Como isto não é a queda de um objeto mas sim de vários objetos, porque o foguetão começa a desintegrar-se, então o que terá acontecido é que ele entrou na atmosfera na Arábia Saudita, começou a desintegrar-se, e os vários destroços foram colidindo com a superfície terrestre (a água do Oceano Índico) durante muitos quilómetros perto das Maldivas, estando grande parte dos destroços que restaram na zona (localização) referida pela China.

Carlos Oliveira

Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.

Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.

Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).

Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.

Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.

2 comentários

  1. O que se pode dizer de um potência que lança um objeto dessas dimensões e não se responsabiliza por onde ele vai cair? Parece-me um abuso típico de um governo plenamento autoritário. E vão lançar outros foguetes desse mesmo tipo. E quando não cair no mar?

    1. A NASA queixou-se disso mesmo. Foi bastante dura com a China. O que até é um pouco surpreendente.

      https://edition.cnn.com/2021/05/08/app-international-edition/china-space-debris-long-march-rocket-reentry-scn/index.html

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