Penso que toda a gente, como eu, vê neste prato um ovo estrelado com batatas fritas.
Mas na verdade, é iogurte, metade de um pêssego sobre o iogurte e fatias de maçã.
Porque coloquei isto?
Para se perceber o porquê de testemunhos de pessoas não serem evidências aceitáveis quando estamos a tentar avaliar cientificamente algo.
Isto aplica-se a inúmeros exemplos.
Mas, à-cabeça, vêem-me logo os chamados avistamentos de OVNIs.
As pessoas assumem que por verem algo que não conseguem identificar durante 3 segundos, então a sua palavra deveria valer ouro; mas não é assim. As nossas interpretações do que vemos, muitas vezes estão erradas.
Quando vemos as coisas durante poucos segundos, então esse erro aumenta exponencialmente.
Tal como nesta imagem, a pessoa que a vir durante poucos segundos pode “jurar” que viu um ovo estrelado e batatas fritas, mas não é verdade.
O chamado método científico tem como uma das funções minimizar estes potenciais erros humanos, que por vezes nem nos damos conta.
4 comentários
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https://www.astropt.org/2021/08/29/ilusao-de-pernas/
Pelo visto esse blog e muitos desconhecem o método indutivo que longe de ser a palavra final sobre determinada hipótese, contribui em muito para a elucidação de fenômenos novos e ainda pouco explicados. Muito cuidado com o sectarismo na ciência por defender que o conhecimento se dá apenas pela lógica dedutiva.
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O blog não desconhece.
Aliás, o autor do texto tem uma tese de doutoramento onde também é abordado o método indutivo.
Aqui não há qualquer sectarismo da ciência.
Existe assim um raciocínio com toda a lógica, de alertar as pessoas para não se deixarem cair em ilusões óticas ou nas falácias testemunhais.
Muitas vezes, nem queremos nos dar conta. Alguém mais atento ao método científico (e a como ele funciona) que chame a atenção de quem cometeu um pequeno deslize, um equívoco, acaba sendo mal visto pela sociedade em geral. É tipo isso:
“Agente 1: Você sabia que Ivermectina pode ser usada para tratamento de COVID?
Agente 2: Não existem evidências que sustentem essa informação.
Agente 1: Mas aqui na minha cidade tem um médico receitando Ivermectina.
Agente 2: Sim, para vermes, já que Ivermectina é um vermífugo. COVID no entanto é causada por um vírus e portanto vermífugos não são medicamentos apropriados. O que se precisa é de um anti-viral. As evidências atuais apontam que vermífugos não servem para tratar vírus.”
E o agente 1 repete: “Mas aqui na minha cidade tem um médico receitando Ivermectina. E você não é médico para questionar isso.” Como se “um médico receitando” e o fato do agente 1 não ser médico fossem a comprovação de que tal medicamento serve para uma finalidade distinta da usualmente utilizada…
Observação: Vivi há algum tempo atrás (janeiro de 2021) o diálogo acima com o marido de uma prima; no caso, este insistia que o citado medicamento, que é vermífugo, combateria com 100% de eficácia uma doença viral, enquanto eu batia na tecla do “faltam evidências para suportar sua afirmação”; transpus aqui de forma resumida a título de exemplificação.