Perigos das Conspirações

Existem imensas conspirações pelo mundo…

Atualmente, a organização conspirativa que mais se fala nos EUA são os adeptos do QAnon. Já vos falei deles aqui no AstroPT, até porque muitos deles são anti-vacinas e acreditam em todos os disparates que se dizem sobre as vacinas.
Foram eles que invadiram o Capitólio e são eles que pensam que Trump ganhou as eleições americanas e irá ser empossado como presidente em Agosto de 2021. Eles pensam que os Democratas (e qualquer líder que não seja adorador de Trump) são pedófilos, canibais, etc, etc, etc. Um desses seguidores até invadiu uma pequena pizzaria, de arma em punho e pôs-se a disparar, porque leu na internet que essa pizzaria era o quartel-general da pedofilia dos democratas.

Eles também acreditam que os OVNIs são pilotados por extraterrestres, que os extraterrestres nos visitam, e que alguns desses extraterrestres (lagartos) estão disfarçados de Humanos e são eles que controlam os diversos poderes governamentais e empresariais.

Segundo um estudo feito nos EUA, 91 milhões de norte-americanos acreditam em extraterrestres inteligentes que viajam entre estrelas, 66 milhões acreditam que Roswell foi devido a extraterrestres, e 12 milhões desses norte-americanos acreditam em extraterrestres-lagartos que se disfarçam de humanos para nos controlarem na Terra.

A grande maioria destes crentes pertencem à seita QAnon.

Como já referi aqui, no artigo do Relatório sobre UFOs, este é um dos problemas de se acreditar em conspirações: é que o crente vai em crescendo, de idiotice em idiotice, até se tornar muito perigoso.

“Existem inúmeros exemplos no mundo que mostram os resultados assustadores deste tipo de mentalidade (que nega os factos e o conhecimento dos especialistas, em prol das conspirações): seguidores de seitas religiosas extremistas suicidam-se porque pensam que o mundo lhes esconde um “segredo cósmico”, terroristas atacam inocentes em nome de inexistentes deuses extraterrestres (porque pensam que eles existem e lhes transmitem informações), etc, etc, etc. (…)
Pelas entrevistas que se fazem a estes seguidores, percebe-se que estas pessoas que acreditam nestes disparates não começaram por acreditar neste tipo de conspirações. Vieram de outras conspirações e foram se agregando nesta. Normalmente começam por algo pequeno e aparentemente inofensivo como: “os extraterrestres visitam-nos e o Governo está a esconder-nos essa informação”.
Existe uma base de pensamento similar em todas as conspirações: o Governo esconde-nos informação; devemos desconfiar dos especialistas; devemos rejeitar os factos; devemos abraçar as ideias absurdas que lemos na internet escritas por pessoas que não são especialistas.”

Devido a isto, periodicamente vamos vendo os resultados perigosos destas crenças irracionais.
A invasão do capitólio em Washington D.C., por estes crentes no QAnon, foi provavelmente a notícia mais famosa deles.
As mortes evitáveis por COVID-19 são muitas vezes deles e das suas famílias, que se negam a tomar as vacinas, porque acreditam que é uma conspiração governamental com microchips e outras parvoíces.

Lembro que há uns meses, por exemplo, Anthony Quinn Warner, um dos crentes nessa amálgama de conspirações chamada QAnon, fez explodir uma bomba no seu carro à porta de uma empresa de telecomunicações em Nashville, Tennessee.
Segundo ele, ele estava furioso pelas pessoas-lagarto estarem a controlar o Governo e Hollywood.

Recentemente, foi Matthew Taylor Coleman, de 40 anos.
Este pai Californiano assassinou os seus filhos, de 2 anos e 10 meses, porque receava que eles fossem crescer e serem monstros.
Segundo ele, a mãe dos seus filhos passou geneticamente para os filhos ADN de serpente, e por isso os filhos iriam ser pessoas-lagarto.

Obviamente, estas pessoas têm problemas psicológicos graves.

Mas este é o problema das conspirações (e da amálgama de conspirações): pessoas com problemas psicológicos vão acreditar em todos os disparates e, algumas delas vão atuar de acordo com os disparates em que acreditam, provocando tragédias.

Daí ser uma responsabilidade de todos nós, não divulgarmos disparates conspirativos que possam influenciar pessoas com problemas psicológicos graves.

Se queremos viver numa sociedade racional, quem fomenta conspirações irracionais (de rejeição dos factos, de desconfiar dos especialistas, de achar que toda a gente esconde informação, de promoção de ideias absurdas) deveria também ser responsabilizado por esse comportamento.

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