Chandra Wickramasinghe, astrónomo da Universidade de Cardiff, é famoso na área da astrobiologia.
Wickramasinghe e Fred Hoyle são praticamente os pais da panspermia, da forma como é pensada na era moderna.
A Hipótese da Panspermia Cósmica diz-nos que a vida (simples) pode ter vindo do espaço.
O que sabemos atualmente é que os constituintes básicos da vida vieram certamente do espaço.
Recentemente foi detectada alguma diversidade de vida na estratosfera.
Pensa-se que eles podem ter vindo do solo, e serem levados para a atmosfera por fenómenos terrestres.
Chandra Wickramasinghe defende que esta é uma evidência de vida a entrar na atmosfera terrestre, vinda do espaço.
Em 2018, ele (e mais 30 cientistas) defendeu que os cefalópodes, como os polvos, vieram do espaço há cerca de 550 milhões de anos, na chamada Explosão Câmbrica (o apelidado Big Bang Biológico), que deu origem a toda a diversidade de vida que passou a existir na Terra.
Nos últimos anos, ele tem “visto” evidências de panspermia em todo o lado, incluindo em análises de meteoritos, apesar de todos os dados científicos de análises independentes apontarem o contrário.
No passado, ele já tinha dito que a pandemia de Gripe Espanhola em 1918, foi devida a um vírus que veio do espaço (em poeira de cometas), apesar das evidências científicas apontarem para uma origem terrestre.
Agora, apesar de todas as evidências científicas em contrário, ele torna a dizer o mesmo do SARS-CoV-2: segundo ele, veio do espaço. Segundo ele, devido a ter caído do espaço (a poeira com o vírus) em várias localizações terrestres, por isso é que se espalhou rapidamente pela Terra. No entanto, o meteoro que deu origem a essa poeira caiu no Nordeste da China, a 11 de Outubro de 2019 – daí a China ter se apercebido primeiro do SAR-CoV-2.
O artigo cientifico foi publicado na revista científica Advances in Genetics, aqui.
Notem que não existem quaisquer evidências científicas aceites por equipas independentes de cientistas.
Ele não apresenta quaisquer provas. Simplesmente, cria um cenário que assente numa ideia de panspermia.
E como diria Carl Sagan: alegações extraordinárias requerem evidências extraordinárias.
Neste caso, essas evidências estão em falta.
2 comentários
Pauta que partiu! (para não dizer outra coisa), como tem físico deixando a metodologia científica de lado e enveredando para o lado pseudocientífico da força (trocadilho meu com um certo filme de George Lucas). Posso citar Kafka (que deixou a ciência em 1978, ano de sua última publicação respeitante do método científico), Amit Goswami, e mais um monte cujos nomes me fogem da memória agora. Agora me vem esse (que pelo nome, posso supor que seja conterrâneo do Amit)? O que esse povo pseudo tem na cabeça, quando ingressa na vida universitária, no curso de Física? Transpor as barreiras existentes entre realidade e imaginação? Oras, para isso nós temos a Literatura de Ficção, Física serve para entendermos o mundo real, não para produzir essas extrapolações ridículas e exacerbadas.
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O problema é que os físicos, como outras profissões, são humanos.
E humanos têm uma atração muito forte pelas crenças… :S