As autoridades de saúde norte-americanas tiveram uma ideia brilhante: em vez das pessoas vacinadas estarem à espera um largo tempo após a toma da vacina para verem se há efeitos adversos ou em vez das pessoas vacinadas que se sentirem mal (com efeitos leves) ficarem em casa sem reportarem os efeitos ou em vez de serem as autoridades de saúde a telefonarem para as pessoas, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA criou um website para as pessoas reportarem os efeitos adversos que estão a ter após tomarem a vacina.
O website chama-se VAERS: Vaccine Adverse Event Reporting System.
Esta base de dados contém atualmente centenas de milhares de relatos de pessoas que tiveram efeitos adversos.
Se utilizado corretamente, estes relatos poderiam dar uma excelente estatística dos efeitos, de quais efeitos por grupo etário, o peso de determinados efeitos dependendo do género da pessoa, detetar reações desconhecidas mais rapidamente, etc.
O problema é que se deve perceber que isto são relatos pessoais, não verificados. Ou seja, não existe verificação independente dos efeitos.
Qualquer pessoa pode entrar no VAERS e colocar o efeito que quiser, por mais estranho ou estúpido que seja.
Assim, é preciso perceber que nenhum relato no VAERS evidencia que a vacina causou esse efeito adverso.
É simplesmente um sistema subjetivo, sem verificação, e sem prova de causalidade.
Exemplificando o porquê de que não se deve dar grande credibilidade a esta base de dados:
Ao pesquisar a base de dados, vê-se que há pessoas que culpam a vacina por:
– ficarem sem casa;
– o seu animal de estimação morrer (a dona do cão tomou a vacina e 5 dias depois o seu cão morreu: ela colocou online que a causa da morte do animal foi certamente ela (a dona humana) ter tomado a vacina);
– ficar bronzeado (a pessoa ficou algum tempo ao Sol, mas diz que a causa de estar bronzeada foi nessa tarde ter tomado a vacina);
– ficar muito cansado (após ter passado 2 dias sem dormir a ver Netflix, reporta que o cansaço foi de ter tomado a vacina);
– um assassinato na sua rua;
– ficar careca;
– deitar sangue pelo nariz, vários dias depois de ter tomado a vacina;
– os seus filhos teenagers terem muita fome;
– ter-se tornado no Incrível Hulk!
– etc…
Como se percebe, a base de dados tem sido utilizada para muita coisa absurda.
Por isso, não devia ser utilizada como fonte fidedigna de informação.
No entanto, não é isso que tem acontecido.
A comunicação social com tendências de extrema-direita (adepta de Trump) tem utilizado bastante esta base de dados para assustar as pessoas, amplificando a desinformação.
Ao relatarem inúmeros efeitos adversos, alguns deles realmente extraordinários, a comunicação social tem aumentado o nível de negacionismo nos EUA e tem feito com que muitas pessoas se tornem anti-vacinas.
1 comentário
Tomei as 2 doses e não senti nem ao menos os efeitos adversos esperados para portadores de doenças respiratórias. Calcule os demais sintomas, todos eles mentirosos (suponho que seja placebo/nocebo, a pessoa acredita tanto que irá ter náuseas, ficará constipada, sentirá enxaquecas profundas que acaba sentindo tais sintomas, mesmo que exames clínicos nada indiquem).