A empresa Merck and Ridgeback Biotherapeutics emitiu um comunicado a dizer que tinha descoberto um medicamento contra a COVID-19 que tem uma elevada eficácia.
O comprimido anti-viral Molnupiravir, tomado oralmente, supostamente reduz o risco de hospitalização e de morte em 50%, comparando com os infetados no grupo de placebo.
Cientificamente, o princípio ativo do comprimido evita a replicação do vírus.
Ou melhor, o comprimido ataca uma enzima utilizada pelo vírus para se auto-replicar, induzindo erros nessa replicação: enquanto se está a replicar, o vírus comete alguns erros no seu código genético.
Isso faz com que o vírus não se consiga replicar eficazmente, e acaba por perder poder no organismo humano.
O comprimido deve ser tomado por pacientes infetados nos estágios iniciais da doença (quando a pessoa foi infetada e está com os primeiros sintomas).
E deve ser dado a pacientes com sintomas moderados ou leves (e não com sintomas graves).
Os pacientes infetados com COVID-19 deverão tomar, no total, 40 comprimidos.
Ao longo de 5 dias, cada paciente deverá tomar 4 comprimidos de cada vez, duas vezes por dia.
O desenvolvimento deste medicamento permite um tratamento da doença.
No entanto, a vacina continua a ser melhor, não só porque o nível de eficácia é maior, mas também porque previne a doença (não é um tratamento, é uma prevenção).
Assim, o medicamento não é uma alternativa à vacinação, mas sim um complemento da vacinação.
No entanto, existem ainda alguns problemas com este anúncio:
– o estudo ainda é preliminar.
– a amostra foi pequena: somente 775 pacientes estudados (metade no grupo placebo).
– isto é só o comunicado de uma empresa.
– não existe ainda verificação independente, nem o estudo sofreu peer-review.
– o efeito que teve o comunicado foi a empresa ter subido bastante na cotação da bolsa.
Fontes: comunicado de imprensa, Reuters, The New York Times, BBC.
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