Vida desmotivada
Uma definição excelente de vida 🙂
“Vida: um breve período de consciência colocado entre duas eternidades de não-existência.”
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Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
13 comentários
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Eu corro um grande risco ao abordar estes assuntos com um cientista, no entanto lá vai. A informação que temos sobre tudo aquilo que nos rodeia é-nos toda fornecida pelos nossos 5 sentidos, a qual depois é tratada através da razão e compilada naquilo que se chama de conhecimento. À luz dos sentidos, o que é hoje, para a grande maioria da humanidade, o princípio ou o fim de qualquer coisa? É a entrada ou saída dessa qualquer coisa do nosso campo sensorial natural ou artificial e perceptivo. No entanto pergunta-se: Será que essa qq coisa já existiria antes de entrar no nosso campo perceptivo, ou não? Continuará ela a existir ou não depois de lá sair? A mim, que não sou ninguém, parece-me que sim pois que há um ramo humano do saber (yoga), o qual não é homologado pela Ciência, que nos diz que qq seu praticante que se encontre no seu último estágio (samadhi) e depois de lá passar algum tempo, uns mais outros menos, acabam sempre por praticar o Mahasamadhi. Qq ser humano que se encontre neste estágio está anos luz à nossa frente e tem de ter um conhecimento total e integral do plano em que vive e que quer deixar.
O que é o Mahasamadhi: Mahasamadhi é o estado em que um iogue entra quando toma a decisão consciente de deixar o corpo. Isto só é possível quando ele já alcançou totalmente a sua realização, ou nirvikalpa samadhi, no qual o iogue reconhece e experimenta sua verdadeira unidade e a sua unidade com o Infinito.
Author
Não entendi.
Se eu olho para uma pedra, essa pedra existe fora de mim. Existe independente de mim.
Eu vejo a pedra através da visão e interpreto-a na minha mente como tendo as características que atribuo a uma pedra.
Por isso, à pergunta “Continuará ela a existir?”, respondo: Claro que sim.
As coisas existem independentemente da minha existência ou da minha perceção delas.
Aliás, as pedras por trás de algo podem ser percecionadas, por exemplo, por máquinas feitas por nós (que utilizem outros comprimentos de onda), sem ser preciso humanos as verem. Quem diz “pedras”, diz qualquer objeto material.
O que isto tem a ver com o Yoga é que me confundiu…
abraços
Peço desculpa por aparentemente me ter desviado do assunto, mas eu com aquilo que disse anteriormente só pretendi preparar o terreno para poder dizer que talvez se possa “viver” (falta-me o termo porque ainda não existe) completa e plenamente consciente senão até confundir-se, pelo menos, com a tal segunda eternidade que o Carlos refere.
Author
Qual segunda eternidade? 😉
Se fôr depois da morte, com consciência não será certamente, porque a consciência precisa de um suporte material… 😉
Pois, tb já pensei assim. Acho que se chegou a um ponto em que estamos em campos perfeitamente opostos. O Carlos como cientista diz o mesmo que a ciência, eu, não como praticante de yoga mas sim como praticante de uma técnica afim, neste caso, estou do lado da pseudo ciência, por isso penso que talvez seja melhor deixar as coisas conforme estão, não acha?
Author
Sara, discordo.
Eu utilizo ciência todos os dias. Por isso, defendo a ciência todos os dias. Porque ela funciona. Nós sabemos que ela funciona. Até estamos a falar através de computadores ou telemóveis, numa coisa chamada internet, que seria impossível sem a ciência.
A Sara também utiliza a ciência todos os dias. Está agora a falar comigo através da ciência.
Por isso, não entendo porque diz que está do lado da pseudo-ciência. Se algo funciona, e se a Sara a utiliza todos os dias, porque diz que está contra ela? (ao estar a favor da pseudo-ciência, por definição, está contra a ciência)
abraços
P.S.: também não entendi porque respondeu “já pensei assim”. Eu só fiz perguntas. O que é essa tal de segunda eternidade? A consciência precisa de um suporte material, pela definição que temos dela. Se não precisa, o que é para si a consciência e onde ela está?
“…Eu utilizo ciência todos os dias. Por isso, defendo a ciência todos os dias. Porque ela funciona. Nós sabemos que ela funciona. Até estamos a falar através de computadores ou telemóveis, numa coisa chamada internet, que seria impossível sem a ciência. …”
Perfeitamente de acordo, por isso eu tb defendo a Ciência sempre que é necessário defendê-la.
“…A Sara também utiliza a ciência todos os dias. Está agora a falar comigo através da ciência. …”
Pois utilizo, estou a falar consigo não só através da ciência como tb através da tecnologia, essencialmente através da tecnologia, pq são coisas diferentes.
“…Por isso, não entendo porque diz que está do lado da pseudo-ciência. …”
Porque a ciência é que considera estes assuntos pseudociência.
“…Se algo funciona, e se a Sara a utiliza todos os dias, porque diz que está contra ela?…”
Eu nunca disse que estava contra a ciência, isso é uma conclusão sua.
“…(ao estar a favor da pseudo-ciência, por definição, está contra a ciência)…”
Ó Carlos, essa frase mostra um pensamento marcadamente fundamentalista do tipo “ou és por mim ou és contra mim” que aqui, na minha opinião, está completamente desajustado.
“…P.S.: também não entendi porque respondeu “já pensei assim”. …”
Respondi já pensei assim porque aqui há uns tempos atrás tb pensava que a consciência necessitava de um suporte físico.
“…P.S.: Eu só fiz perguntas. O que é essa tal de segunda eternidade?…”
“…Vida: um breve período de consciência colocado entre duas eternidades de não-existência. …”
Se há duas eternidades, há uma primeira (antes da vida) e uma segunda (depois da morte), ou não será assim?
“…P.S.: A consciência precisa de um suporte material, pela definição que temos dela. Se não precisa, o que é para si a consciência e onde ela está?
Na actual fase de evolução do ser humano realmente parece que a consciência necessita de um suporte material, mas à medida que o ser humano for evoluindo (dilatando a consciência) e houver um maior número de pessoas que cheguem a estágios mais elevados, a ciência tb irá evoluindo. A consciência, para mim e nesta fase da evolução, é aquilo que nos faz parecer saber que somos únicos e diferentes de tudo aquilo que nos rodeia e está centrada no Ego. Não será melhor ficarmos por aqui?
Author
A tecnologia é feita com conhecimento científico.
A tecnologia só existe, porque a ciência funciona.
Ciência funciona.
Pseudo-ciência não funciona.
Não é a ciência que o diz. São os resultados objetivos dos estudos feitos 😉
Os resultados são baseados no que a natureza nos apresenta.
A pseudo-ciência está contra a natureza, a realidade.
A pseudo-ciência baseia-se naquilo que nós gostaríamos que fosse, e não naquilo que é.
Se 1 + 1 = 2.
Se a pseudo-ciência nos diz que 1 + 1 = 35, porque era isso que gostaríamos.
Obviamente que quem está de acordo que o resultado seja 35, está contra o resultado 2.
Não é uma conclusão minha. É a lógica. Um resultado está em contraposição ao outro. Não podem estar os dois certos.
Note que eu não estou a falar por mim. Não é estar a meu favor ou contra mim.
Percebi a expressão “segunda eternidade”.
Não foi assim que entendi.
Existe uma única eternidade de não-existência.
O soluço temporário de vida é um glitch no programa. 😉
Qual o livro (de neurologia ou tema similar) ou argumentação que mostra que a consciência existe fora de um suporte físico?
Nós só temos a atual fase de evolução do ser humano. Especular para o que gostaríamos que fosse no futuro é, mais uma vez, somente um desejo pessoal e não a realidade.
O que é “dilatar a consciência”?
A consciência aumenta e diminui de tamanho?
Quais estados mais elevados de consciência?
Sabe certamente que muitos adeptos das drogas, por exemplo LSD, falam de estados alterados de consciência.
O mesmo dizem certos xamãs após consumirem, também, certas drogas.
Já existiram milhares desses xamãs ao longo dos tempos. Nenhum deles nos trouxe qualquer conhecimento suplementar à Humanidade.
Simplesmente usam drogas para alterarem a sua consciência (e não expandi-la ou aumentá-la), para depois levar uma data de gente a segui-los.
São seitas religiosas, e não algo que faça progredir o conhecimento da Humanidade.
E não sou eu que o digo.
Basta ler livros de história sobre religiões antigas e sobretudo misticismos antigos.
Lá está: temos ideias absolutamente opostas sobre o lugar do Homem no Universo.
Para mim, acima de tudo está o Princípio da Mediocridade, com retirar o Homem e a Terra do centro do Universo.
Somos absolutamente insignificantes para o Universo.
Como tem visto em vários artigos meus, combato o geocentrismo psicológico, que se vê nas pseudociências, como a astrologia, que se vê na religião, etc, que continua a assumir que o Homem é o que de mais importante existe no Universo. Supostamente é um ser único e diferente.
Concordo com a Sara: é uma questão de Ego dos Humanos.
E é esse Ego dos Humanos (de se acharem muito especiais) que leva às religiões, às pseudociências, às guerras, ao desrespeito pelos animais e pela ecologia à sua volta, às lutas pelo poder, etc, etc, etc.
Já eu penso que fazemos parte do ecossistema: não somos mais nem somos menos que os outros.
Quando deixarmos de ter essa mania (Ego) de nos acharmos especiais, talvez aí sim, consigamos ter uma “consciência” mais universal 😉
Por mim podemos continuar.
Eu gosto destas conversas. 😉
abraços
“Pois utilizo, estou a falar consigo não só através da ciência como tb através da tecnologia, essencialmente através da tecnologia, pq são coisas diferentes.”
Me vi obrigado a inserir um comentário que considero relevante: Como estudante de Eletrônica e Física Moderna em geral há 20 anos, entendo que existem duas coisas distintas, Ciência (onde Física se inclui) e Engenharia. A assim denominada Tecnologia nada mais é do que um produto da relação entre Ciência e Engenharia (ou seja, sem Ciência e sem Engenharia não há como haver Tecnologia).
Excelente para si. Isto só demonstra que o Carlos é um sensorialista, Então se assim é, imagine-se portador de mais 2 sentidos que lhe permitiriam observar o Universo a 4 dimensões espaciais com quatro eixos perpendiculares entre si e seis planos também perpendiculares entre si podendo aparecer e desaparecer instantaneamente a qualquer ser tridimensional, será que continuava a ter a mesma opinião? Não se esqueça que um sensorialista só se preocupa com a aparência das coisas.
Author
Mais uma vez, não entendi…
Eu não registo/sinto qualquer vibração sensorial de outras dimensões.
Quanto a ter mais sentidos, já falei disso, devido ao conto Micromegas.
Quanto a imaginar 4 dimensões espaciais, temos também diversos posts sobre isso, até devido a um outro conto que adoro que é o Flatland.
Sobre “aparecer e desaparecer” no nosso universo a 3 dimensões, até já falei sobre um episódio de Star Trek que fala de uma civilização que evoluiu para isso…
E sim, claro que continuaria a ter a mesma “opinião” sobre isso. Nada mudaria em relação à brevidade da vida.
O período de não-existência é independente dos meus sentidos e da quantidade de dimensões espaciais.
abraços
Vida humana, neste caso, certo? Porque há vida sem consciência, penso eu.
Author
Sim, também me parece que esta frase está de acordo sobretudo com a vida humana 😉