“Quanto tempo é que as vacinas nos protegem contra a covid-19?
Esta é a grande questão que ocupa os cientistas porque dela dependem as estratégias de saúde pública de combate à pandemia.
Um estudo, português, revela que 89% das pessoas tem boa imunidade celular à COVID-19 seis meses depois da vacina.
Este é o resultado do primeiro estudo feito em Portugal sobre a resistência das células.
(…) estão a ser acompanhados mais de dois mil funcionários hospitalares, assim como os idosos residentes em lares (…)
Seis meses depois da vacinação completa, 89% das pessoas tem imunidade celular positiva, mesmo tendo poucos anticorpos, concluiu o estudo. Com este nível de imunidade quando entram em contacto com o vírus produzem substâncias que ajudam a destruir as células infetadas e neutralizam o SARS-CoV-2. (…)”
“O estudo à imunidade celular está a ser feito a par do estudo à imunidade humoral, porque, como explica o patologista clínico, “o nosso organismo é protegido por dois tipos de imunidade: a humoral, mediada pelos anticorpos, as imunoglobulinas G, que se mantêm no organismo e que reagem quando este entra em contacto com o vírus; e a imunidade celular, mediada pelas células T, linfócitos T, que têm a memória do vírus”. (…)”
Ao fim de seis meses, os resultados são surpreendentes e aparentemente contraditórios: enquanto a avaliação da imunidade celular aparenta proporcionar ao fim de seis meses “uma proteção segura”, a imunidade humoral apresentou “uma descida vertiginosa de anticorpos, cerca de 92%”.
“O pico maior de anticorpos foi registado um mês após a vacinação completa, a partir daqui o nível de anticorpos começou a descer em todas as idades e sexos.”
“Neste momento, o estudo tem outro foco que é, precisamente, o de avaliar a correlação existente entre imunidade humoral, nível de concentração de anticorpos, e imunidade celular, células T, nível de concentração de Interferão-Gama.”
Assim, “o organismo da esmagadora maioria das pessoas mantém uma boa proteção celular contra o vírus, ao contrário do que acontece com os anticorpos.”
Ou seja, as pessoas não ficam totalmente desprotegidas, mesmo após a queda acentuada de anticorpos contra a COVID-19.
Daqui se conclui que ter a vacinação completa faz com que as pessoas fiquem bastante protegidas contra o vírus, mesmo quando o seu nível de anticorpos baixa drasticamente.
Fontes: RTP, Diário de Notícias, TVI (entre 30:20 e 32:50).
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