Paulo Portas, no Jornal das 8, da TVI, aqui, mostrou os números de vacinação por continente.
Das 45 variantes com significado, desde que começou a pandemia, 5 são variantes de preocupação.
2 dessas variantes de preocupação foram detetadas inicialmente na África do Sul.
1 foi detetada no Brasil.
1 foi detetada na Índia.
E 1, inicialmente (a Alfa), foi detetada em Inglaterra.
Como se percebe, as variantes vão nascendo em países com fraca vacinação.
No início, não existia vacinação para ninguém. Daí a Alfa poder ter sido detetada inicialmente em qualquer lado. Calhou ser a Inglaterra.
Atualmente, as variantes mais preocupantes desenvolvem-se em África, porque é onde a vacinação é menor.
Paulo Portas mostrou este gráfico da vacinação por continente:
Com números tão baixos de vacinação, como é que vários países africanos reportam tão poucos casos e mortes por COVID-19 comparando com os países europeus?
Existem várias razões para isto:
África, tal como a Ásia, tem já alguma experiência a lidar com pandemias. A pandemia de Ébola foi a mais recente. Essa experiência permite controlar melhor as coisas.
A distribuição etária da população em África é claramente mais jovem que a população europeia. Ora, sabemos que o vírus ataca severamente sobretudo pessoas mais velhas.
A densidade populacional em África não se compara às grandes cidades europeias (mais afligidas pela falta de distanciamento social).
Os americanos e os europeus são as pessoas que mais viajam de avião, espalhando mais o vírus, e tendo também maior probabilidade de apanharem o vírus noutros locais.
Está-se a ver que a COVID-19 vai ser sazonal, atingindo sobretudo as pessoas no Inverno. Em África, as temperaturas são mais quentes que na Europa.
Existem muito menos testes em África do que nos EUA e na Europa, onde existe muito mais controlo sobre a saúde das pessoas. A menor quantidade de testes faz com que se detetem menos casos em pessoas vivas, e com que se detetem menos mortes por COVID-19.
Além de tudo isto, existem alguns países “especiais” em África, que não detetam casos ou mortos em vários dias, como o Botswana, a Somália, entre outros. Isto, obviamente, não é credível.
Mesmo assim, existem vários países em África que reconhecem a severidade da doença. Um dos casos é a África do Sul. Outro é Marrocos, daí ter uma elevada taxa de vacinação. E outro ainda é o Quénia, que decretou a vacinação obrigatória para todos os seus habitantes. O Quénia reconheceu que a campanha de vacinação não está a funcionar bem no seu país e também reconheceu que as mortes por COVID-19 são muitas mais do que os números oficiais (porque não as conseguem contabilizar totalmente, devido à falta de testes). Daí terem tomado esta forma bastante agressiva de ação contra a COVID-19.
Os negacionistas europeus, americanos e brasileiros, do alto da sua ignorância e arrogância, advogam-se anti-vacinas. Já as pessoas em África querem ser vacinadas, porque elas sabem bem (pelo Ébola e outras epidemias) que as doenças matam, e que as vacinas salvam milhares de vidas todos os anos. Infelizmente, a distribuição de vacinas em África está a anos-luz do que se passa na Europa, daí esta enorme diferença de vacinação no mundo.
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