Com a aprovação de vacinas para crianças acima de 5 anos, os mentirosos anti-vacinas passaram a fomentar nas redes sociais falsidades relacionadas com crianças.
A mensagem que anda a ser partilhada pelos negacionistas afirma que 13 crianças morreram na África do Sul após tomarem as vacinas contra a COVID-19.
A desinformação é acompanhada por uma imagem/vídeo de várias crianças mortas, com os seus corpos estendidos no chão (que me recuso a partilhar aqui).
Na verdade, estas mortes de crianças deram-se a 3 de Fevereiro de 2020 – muito antes de existirem vacinas!
As crianças morreram no Quénia, e não na África do Sul.
O que aconteceu é que nesse dia, 3 de Fevereiro de 2020, crianças numa escola primária de Kakamega, no Quénia, caíram do terceiro andar da escola, quando uma escada desabou.
Além das crianças que estavam na escada, com o pânico, as crianças começaram a correr e passaram por cima umas das outras, levando a mais mortes e feridos. Ao todo, faleceram 14 crianças (e não 13).
A mesma imagem de crianças mortas já tinha sido partilhada no final do ano passado nas redes sociais, com uma legenda a acompanhar a dizer que as crianças tinham sido envenenadas por comerem doces com veneno.
Também na altura, isto era pura desinformação, mentira.
Mais recentemente, os mentirosos das redes sociais, usaram a mesma imagem/vídeo, com a legenda de que as crianças tinham morrido num ataque com gás na Zâmbia.
Mais uma vez, isto era desinformação, mentira.
Agora, usaram a mesma imagem/vídeo, para fomentarem mais mentiras sobre as vacinas.
Enfim…
Além de ser moralmente reprovável a invenção de mentiras e de partilha dessas mentiras, neste caso parece-me também existir um profundo desrespeito pelas crianças que faleceram.
Fontes: Polígrafo SIC, Polígrafo, BBC.
1 comentário
Mentir na internet deveria ser crime. Se a mentira envolver crianças, seja como objeto seja como foco, o crime deveria então ser inafiançável e imprescritível.