COVID na China

Crédito: Getty Images

Os primeiros casos de COVID-19 foram detetados na China. Esperava-se que fosse a China a “mostrar a evolução” da COVID na população. Mas não. O que sempre se viu é que a disseminação da COVID-19 na China nada tem a ver com o resto do mundo.

Se olharmos para os números da COVID-19 na China, parece que estamos na presença de um país com algumas dezenas de pessoas, e não com 1,5 mil milhões de habitantes.
O que se passa na China, para ter números tão baixos de COVID?

Para mim, é simples: não existem negacionistas nem protestos na rua.

Devido ao regime ser autoritário, o Governo Chinês não tem contemplações: se é para confinar, confina-se. Mesmo quando são números baixíssimos de casos, comparando com os números europeus ou dos EUA.

No final do ano passado, já chegavam as notícias de que a cidade de Lanzhou, de 4 milhões de pessoas, estava completamente confinada após serem descobertos somente 6 casos de COVID-19.

Mais recentemente, em Dezembro e Janeiro, na cidade de Xi’an, mais de 13 milhões de pessoas foram obrigadas ao confinamento domiciliário. Só uma pessoa por casa, podia sair do domicílio durante alguns minutos, uma vez a cada 2 dias, para comprar comida. E estas medidas foram tomadas durante 1 mês, após menos de 200 casos diários.

Depois foi a cidade de Yuzhou, que tem mais de 1 milhão de pessoas, a confinar toda a sua população, após a descoberta de somente 3 casos de COVID-19.

Posteriormente, foi a cidade de Anyang, que tem uma população de mais de 5 milhões de pessoas. Foi decretado o confinamento total, após serem registados 2 casos de COVID-19.

Recentemente, foi a cidade de Baise, de 4 milhões de pessoas, que confinou toda a sua população, após somente 43 casos positivos de COVID-19.

Também se soube que a cidade de Xiong’an, considerada a “cidade do futuro”, com 1,3 milhões de pessoas, esteve sob um confinamento secreto, durante uma semana, após serem detetados somente 5 casos de COVID-19.

Devido a estas medidas draconianas, não admira que ontem, por exemplo, em cerca de 1,5 mil milhões (bilhões, no Brasil) de habitantes, foram detetados somente 27 casos de COVID-19 em toda a China.

Imaginem que as mesmas medidas eram tomadas na Europa, nos EUA ou no Brasil: após somente algumas dezenas de casos, ficava tudo confinado.
Obviamente, teriam existido muitos menos mortos.
Mas tendo em conta os sistemas democráticos em que estamos inseridos, claro que estas medidas tão severas não seriam impostas.

Mas faz pensar: quantos negacionistas da pandemia e das medidas sanitárias aplicadas no Ocidente, continuariam a fazer protestos se vivessem na China? Provavelmente nenhum.
Os negacionistas criticam muito, provavelmente porque não têm noção da sorte que têm em viver em países que tomaram medidas equilibradas.

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