Se puderem, vejam o Jornal da Noite, na SIC, do dia de ontem, 12 de Maio de 2022.
Na última meia-hora, foi mostrada uma Grande Reportagem em que se aborda o consumismo desenfreado de vestuário por parte dos seres humanos nos países desenvolvidos/ricos.
Segundo a jornalista Amélia Moura Ramos (SIC): “Cerca de 70% da roupa que doamos para caridade e depositamos nos contentores acaba em África. O mercado de roupa em segunda mão é antigo e pode até ser visto como sustentável. Mas a falta de qualidade da chamada fast fashion e a quantidade de roupa que consumimos criou um gigantesco problema ambiental e social.”
O consumismo extremo (em que a roupa é usada poucas vezes e rapidamente é deitada fora) leva a um desperdício descomunal.
Esse desperdício contribui para as alterações climáticas, com uma utilização enorme de combustíveis fósseis, não só para o fabrico de mais vestuário, mas sobretudo para o transporte de vestuário por todo o mundo várias vezes: um par de calças pode percorrer centenas de milhares ou milhões de quilómetros, desde a sua origem (produção), passando pelas grandes lojas nos países ricos, comprados por consumidores ricos, doados para outros países para triagem, e terminando nos mercados pobres ou nas lixeiras a céu aberto de África.
Neste ciclo de produção-comprar-deitar fora, são utilizadas enormes quantidades de água (centenas de biliões de litros de água por ano, um recurso finito) e de plástico (que polui enormemente as terras e os mares).
Uma curiosidade que fiquei a saber: a roupa que doamos às instituições de solidariedade social, podem acabar por ser vendidas em mercados bastante pobres em África.
Nesta era do fast fashion, a qualidade/durabilidade da roupa nos países ricos é menor, de forma a que o consumidor tenha que voltar a comprar roupa rapidamente, e assim alimentar o desperdício que acabará por ser vendido (ou deitado fora) em África.
Este é um documentário chocante, com muitos “abre olhos”.
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