Como sabem, o rover chinês Yutu-2 anda a “passear” pelo lado “oculto” da Lua: o lado mais afastado da Terra.
Como a Lua roda sobre o seu eixo sensivelmente à mesma velocidade com que orbita a Terra, ela mostra sempre o mesmo lado para a Terra. O outro lado, o lado que nunca se vê da Terra, é o lado “oculto”, por onde anda o rover Yutu-2.
Ora, enquanto andava por lá, a cerca de 80 metros de distância, o Yutu-2 viu uma estrutura que algumas pessoas apelidaram de cubo e outras de cabana.
Créditos: China National Space Administration (CNSA), Our Space.
Obviamente, nas redes sociais leram-se logo imensos disparates: a conspiração mais popular é de que a cabana é a casa de um alienígena que vive na Lua, escondido dos terrestres.
Provavelmente, a especulação mais divertida é a de que é o monolito do filme 2001 – Odisseia no Espaço.
As hipóteses mais racionais eram:
– seria somente uma ilusão de ótica, visto a imagem ser de baixa resolução e o objeto estar bastante longe.
– ou podia ser somente uma pedra, arremessada após um impacto de asteroide.
Já não seria a primeira vez que o rover via algo ao longe, que não se confirmava ao perto.
No passado, o rover Yutu-2 já tinha visto ao longe uma substância parecida a um gel, e quando chegou perto, percebeu que eram meras pedras.
Créditos: CNSA / CLEP / Our Space
Entretanto, o Yutu-2 foi-se aproximando da estrutura misteriosa.
E percebeu que afinal, era só uma pedra de grandes dimensões, como alguns jornalistas de ciência já tinham sugerido.
Fontes: Science Alert, Gizmodo, Science Alert, Sky news.
Créditos: CNSA / CLEP / Our Space
5 comentários
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Muito obrigado, Carlos!
Olá, Carlos!
Sempre me intrigou o fato da Lua girar de tal forma a só vermos da Terra sempre o mesmo lado. Tem algum motivo para isso? Tal ocorre com outras luas de outros planetas ou é peculiar da nossa?
Author
Olá Ademir,
Isso ocorre com quase todas as luas próximas do planeta. Exemplos: as 4 luas de Galileu que orbitam Júpiter, Titã a orbitar Saturno, e várias outras. Isto é o normal. Chama-se Tidal Locking. Ao longo do tempo, elas vão ficando sincronizadas com o planeta.
O mesmo ocorre com alguns exoplanetas, hot jupiters, que encontramos: também sofrem do mesmo: estão tão próximos da estrela, que ficam sincronizados com ela. Assim, um dos lados está sempre “ao Sol” e o outro lado está sempre à sombra.
abraço!
O giro em torno de si mesmo não faria com que o satélite natural variasse de lado, como ocorre com a Terra?
Author
Se não girasse sobre si mesmo, aí sim, veríamos todo o objeto. 😉
A Terra gira sobre si própria, certo?
Do Sol, conseguimos ver toda a Terra. Mas isso é porque ela gira 1 vez por dia, enquanto dá uma volta ao Sol durante 1 ano. Ou seja, num só dia, vemos toda a Terra, a partir do Sol.
Mas se a Terra orbitasse o Sol em 1 só dia, então teria os dois movimentos sincronizados, e a partir do Sol, veríamos só um lado da Terra.
Isto é muito fácil de visualizar com pessoas. Eu coloco os meus alunos a rodarem à volta de outros para mostrar isso.
Pela net, não sei muito bem como explicar…
Procurei por vídeos, e vi este:
https://www.youtube.com/watch?v=j91XTV_p9pc
Os primeiros 2 minutos mostram isso.
Se o Jonathan imaginar que está no Sol, por exemplo, mesmo com a Lua a orbitar a Terra, o Jonathan no Sol consegue ver toda a Lua, porque ela vai girando sobre si própria.
No entanto, se o Jonathan estiver na Terra, como a Lua está sincronizada com a Terra (nos dois movimentos), então só vê um dos lados.
abraço!