Era da Descoberta

Neste cartoon do Abstruse Goose promove-se duas ideias principais: todas as leis científicas poderão no futuro vir a ser descobertas + a verdadeira era dos descobrimentos científicos é atualmente.

Crédito: Abstruse Goose

Pessoalmente não concordo com esta visão.

A ciência é uma descoberta contínua.
Não me parece que, no futuro, consigamos descobrir todas as leis fundamentais da natureza. Porque, em ciência, cada resposta leva sempre a novas perguntas.
Existem sempre novos mistérios por descobrir.

É verdade que atualmente estamos numa era de descobertas científicas.
Como mostra o cartoon, estamos a tentar saber o que é a matéria negra, a energia negra, a gravidade quântica, novos exoplanetas, etc, incluindo novos mistérios para os quais ainda nem sequer temos uma questão específica (como mostra o cartoon no “ponto de interrogação”).
No entanto, sempre estivemos numa era de descobertas.
Quando os primeiros hominídeos desceram das árvores e começaram a andar de pé pelas savanas, todas as experiências foram descobertas. Foi uma enorme era de extraordinárias descobertas.
Quando foi desenvolvida a agricultura, foi certamente uma era de grandes descobertas, de tentativa e erro.
Há 500 anos, certamente atravessamos uma era de grandes descobertas.
Há 250 anos, com a revolução industrial, passamos uma era de fascinantes descobertas.
Há cerca de 130 anos atrás, com Faraday, Maxwell, Edison, Tesla, etc, certamente que também se sentia que estávamos numa era de grandes descobertas.
Atualmente, com os enormes avanços na tecnologia (ex: internet), cosmologia, exoplanetas, medicina, etc, sentimos que estamos numa era de descobertas.
Assim, no passado, no presente e no futuro – na altura em que estamos vivos -, sentimos que estamos numa era de grandes descobertas.


Uma menção final, especial, para uma piada que consta no cartoon: se algum dia descobrirmos tudo, ficaremos sem nada para fazer. Nessa altura, a única solução para os cientistas é tornarem-se filósofos. Isto fará os cientistas chorar. 😛

1 comentário

  1. Penso na possibilidade que as questões envolvendo as leis da natureza (raizes) serão cada vez em menor número, principalmente as mais importantes ou interessantes.

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