Tom Gauld tem vários cartoons muito interessantes no seu website, aqui.
Ele também publica para a revista New Scientist, aqui.
De entre os vários cartoons relacionados com ciência, que podem ver no website, realço este sobre o Inferno dos Cientistas (que podem comprar, imprimido, aqui):
Neste cartoon, uma professora de ciência morre.
Quando chega ao inferno, o diabo diz-lhe que o seu inferno é passar a eternidade a ser ensinada sobre o seu campo de investigação por uma pessoa amadora/leiga que leu algo sobre isso na internet.
Esta é uma crítica mordaz e no alvo à mentalidade atual: as pessoas tendem a não confiar nos especialistas e tornam-se tão arrogantes (efeito Dunning–Kruger) que pensam que sabem mais que eles só porque leram algo na internet.
E depois, os especialistas têm que “levar com os leigos arrogantes” porque supostamente passar uns minutos a ler umas coisas na internet é mais educacional (dá mais conhecimento) do que passar anos a estudar e a investigar o assunto.
Infelizmente, esta falta de pensamento crítico é bastante comum nesta era da internet, tanto nos comentários de blogs e jornais, como nas redes sociais.
1 comentário
Isso me lembra de um evento ocorrido comigo em 2013, no Facebook. Corrigi o Português de um guri com a idade de meu filho caçula e o camarada, revoltado, veio com intimidações nas redes sociais (no próprio Facebook), engenharia social para com minha mãe (já idosa) e de quebra ameaça por telefone. Registrei boletim de ocorrência e, seguindo os conselhos da própria delegada de polícia que cuidou do caso, trouxe a questão a público, retirando os prints da conversa inbox que até então estávamos tendo. Resultado disso: a namorada do cara simplesmente veio me chamar de amador. O detalhe é que eu já lidava com computadores (incluindo código binário e linguagens Basic, C e Assembly) desde antes dos 2 nascerem, e era uma época em que praticamente não tínhamos sistemas operacionais com interface gráfica, era tudo modo texto, e você tinha que determinar um simples acesso à árvore de diretório (por exemplo) por meio de comandos e código-fonte diretamente no prompt (terminal). Minha reação? Na boa, eu ri do “amador”. Ainda bem que bloqueei o casal depois disso.
Observação que talvez essas crianças de hoje em dia não saibam: Linguística Computacional TAMBÉM é Linguística, então TAMBÉM se aprende na Faculdade de Letras, não fica restrita à de Ciências da Informação ou similar. É através desse departamento que o pessoal das Letras aprende lógica e linguagens de programação (entre outras coisas). Posso não ser especialista, mas com certeza não sou o famigerado amador como muitos querem.