Hoje não é o meu aniversário, mas este é um pensamento que me faz refletir sempre que eu ou outra pessoa tem uma festa de aniversário.
Porque se celebra os aniversários?
Qual é a relevância de um primo de macaco estar vivo após mais uma órbita de uma pequena pedra ao redor de uma estrela completamente banal que existe numa galáxia insignificante em triliões de galáxias que existem?
Celebra-se o facto da pedra estar num ponto aleatório dessa órbita? Porquê? Nem sequer é no “mesmo ponto”, já que o sistema estelar e a própria galáxia movimentam-se pelo Universo.
Ou celebra-se o facto desse primo de macaco estar vivo? Mas esse feito não é da sua responsabilidade. Ele/a limitou-se a existir.
Esta surpresa pela festa é, porventura, melhor retratada nas feições de bebés quando fazem 1 ou 2 anos.
Eles não percebem o motivo da festa. Sobretudo quando são mais pequenos (1 ano), é absolutamente surpreendente a existência dessa festa. Para eles, é uma festa completamente arbitrária.
Eles limitaram-se a existir, o que naquela idade quer dizer comer, defecar e dormir. Nada mais. Por isso, porque raio estão a ser parabenizados neste dia específico?
O mesmo se passa com os animais de estimação, a quem também teimosamente incutimos cada vez mais festas de aniversário. Eu nem consigo imaginar o que um cão/gato pensará nesse dia. Provavelmente pensará que os donos estão loucos, mas que ele agradece porque tem direito a doces (caninos).
Assim, apesar de eu não ser um party pooper (desmancha-prazeres em festas de aniversário), esta é uma das reflexões que me assola a mente sobre a irracionalidade de se celebrar um não-feito de um irrelevante primo de macaco.
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