No seguimento do meu post sobre o culto da morte, penso que uma forma mais saudável de lidar com a morte, é aquando do momento da morte, celebrar a vida (os momentos positivos) da pessoa.
Nos EUA, esta é uma prática que se vê algumas vezes: sobretudo em comunidades não controladas pela religião.
Surpreendentemente, quando estive na Roménia, visitei um cemitério que, em parte, partilha desta ideia.
É o chamado Cemitério Alegre.
Ao contrário dos cemitérios ocidentais, que são lúgubres e onde se esperam sentimentos solenes, neste cemitério vive-se a “alegria” da morte.
Esta forma de encarar a morte, como algo alegre, foi influenciada pelos Dácios.
A sua filosofia era que a morte era somente uma porta para a imortalidade da alma: assim, o momento da morte era celebrado com alegria porque a pessoa estava a caminhar em direção a uma vida melhor.
Curiosamente, esta é a forma como a religião Católica teoricamente vê a morte.
Mas depois a prática é absolutamente antagónica.
Quanto ao cemitério, como podem ver, tem lápides muito coloridas, alegres.
As pinturas dizem respeito à vida das pessoas que estão lá enterradas: imagens da sua vida.
Normalmente, de um dos lados da lápide, está pintada a sua profissão (aquilo que mais fez durante a sua vida terrena).
Do outro lado da lápide, a pintura é por vezes do momento da morte: como a pessoa morreu. Vêem-se várias mortes por atropelamento ou afogamento.
Atualmente, o cemitério foi convertido num museu ao ar livre, e tornou-se uma atração turística.
A ideia transmitida parece-me ser: podemos lidar com a morte de uma forma mais saudável.
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