Em 2019, a Fundação Arch Mission realizou uma missão privada à Lua.
A missão consistia numa nave que iria pousar na Lua.
A nave chamava-se Beresheet.
A nave continha uma “biblioteca” terrestre que iria manter-se na Lua.
O objetivo era preservar muito conhecimento humano, caso uma guerra nuclear, uma colisão de asteróide ou outra razão global acabasse com os vestígios da civilização humana na Terra.
A biblioteca consistia em 25 pequenos discos juntos (que ao todo se parecem como um único DVD).
A informação contida no disco é equivalente a 30 milhões de páginas.
Esperava-se que toda esta informação se mantivesse na “arca” durante milhões de anos.
Esta cápsula temporal (que permite ver o conhecimento do nosso tempo) inclui toda a enciclopédia da wikipedia em inglês, milhares de livros de ficção e não-ficção, livros técnicos universitários, músicas, pinturas, os segredos de truques de magia de David Copperfield, etc.
Podem ler detalhadamente o que contém, aqui e aqui.
Curiosamente, um dos rumores sobre a nave era que levava os resistentes tardígrados.
Quando se estava a aproximar da superfície lunar (a 22 quilómetros da superfície), esta sonda Israelita tirou uma selfie a si própria com a Lua em background.
Infelizmente, a nave colidiu com a Lua a 11 de Abril de 2019.
No entanto, imagens feitas pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter, da NASA, parecem mostrar que a informação existente na nave lunar pode estar intacta. Ou, pelo menos, 60 mil páginas da Biblioteca Lunar podem estar intactas.
Os discos não se vêem, mas estavam protegidos para sobreviver ao impacto: a energia do impacto não foi suficiente para os destruir.
Mesmo que alguns discos tenham ficado danificados, as primeiras 60 mil imagens que estavam visíveis nas faces de um disco praticamente indestrutível deve estar agora pousado na Lua na região dos detritos da nave.
Alguns tardígrados também podem ter sobrevivido.
O que levou a muitas críticas a esta missão, já que estes animais microscópicos podem contaminar a Lua: eles podem se manter dormentes durante pelo menos 10 anos, e serem reavivados mais tarde.
Fontes: Medium, Lunar Reconnaissance Orbiter, Wired.
2 comentários
Boa Tarde!
Estou lendo essa matéria e fiquei curioso “Mesmo que alguns discos tenham ficado danificados, as primeiras 60 mil imagens que estavam visíveis nas faces de um disco praticamente indestrutível deve estar agora pousado na Lua na região dos detritos da nave.”.
Por quê apenas as primeiras 60 mil imagens estariam intactas e não as demais? Como se chegou nessas tais 60.000 imagens e não mais nem menos?
Apenas curiosidade sobre o motivo.
Grato.
Author
O Nova Spivack faz uma análise excelente e muito detalhada, aqui:
https://medium.com/@novaspivack/there-is-now-a-30-million-page-backup-of-planet-earth-on-the-moon-d0504458aca1
Segundo percebo, mesmo que se tivesse partido em pequenos fragmentos, como essas imagens não eram digitais, mas gravadas na face dos discos, e de forma muito micro, ainda seria possível ver essas imagens nos pequenos fragmentos.
abraço!