António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, visitou recentemente o Paquistão, devido às terríveis inundações que o país sofreu.
António Guterres, mais uma vez, afirmou que temos que combater decisivamente as alterações climáticas.
As coisas não podem continuar assim.
Guterres disse (aqui) que os Humanos estão a travar uma “guerra contra a natureza, e a natureza está contra-atacando”.
No mês passado, na Mongólia, Guterres já tinha alertado (aqui) que a sua geração “declarou guerra à natureza”, e a natureza está a contra-atacar, a responder, com tempestades, desertificação, seca extrema, inundações, furacões, incêndios e desastres múltiplos.
Em 2020, em Lisboa, Guterres considerou (aqui) que “a guerra que a Humanidade tem lançado contra a natureza é uma guerra suicida”, porque a natureza vai acabar por ganhar: não vamos ter um planeta com condições estáveis para que os Humanos prosperem.
Esta é uma ideia que Guterres já tinha transmitido em 2019 (aqui): “O Homem está a travar uma guerra contra a natureza. É um ato suicida”.
Num discurso em Nova Iorque, Guterres afirmou que “as atividades humanas levaram à deterioração do meio ambiente, precipitando crises climáticas e a perda de biodiversidade”.
Guterres realçou (aqui) que não estamos a destruir o planeta. O planeta “continuará por milhões de anos a girar à volta do Sol”, mas a Humanidade está a destruir as condições para que ela própria possa viver no planeta. Assim, “a Humanidade está a destruir-se a si própria”.
Segundo Guterres, “temos de fazer as pazes com a natureza. A Terra pode ser o nosso maior aliado.”
2 comentários
Essas coisas todas já aconteciam ANTES do gênero Homo aparecer no planeta. Sendo assim, discordo do Guterres nesse ponto, contra-ataque da Natureza. Erupções vulcânicas, incêndios florestais, enchentes, maremotos, terremotos, derretimento de glaciares, furacões, tornados, ciclones, tufões, vagas de frio excessivo (ou de calor excessivo), sempre existiram, mesmo antes de nosso surgimento. É patente e óbvio que nós intensificamos tais situações devido à destruição que promovemos, mas não as causamos, então acho desonestidade intelectual tratar os referidos fenômenos naturais como contra-ataque por parte da Natureza.
Desculpas ao Guterres se meu comentário lhe foi ofensivo, não foi essa a intenção. Acredito no debate amistoso e salutar de ideias (principalmente as contraditórias entre si).
Percebo a ideia, e acho meritório o ponto. Mas a natureza não está a contra atacar. A natureza é vastíssima, e nós somos poeira. A natureza já existia muito antes de existir humanidade (ou vida sequer) e continuará a existir. Guterres tem razão quando diz que é suicida: nós vamos desaparecer um dia, e desta forma será mais rápido. Mas a natureza não se sente atacada nem está a contra atacar.