Existem várias missões planeadas para explorar o planeta mais perto da Terra: o planeta Vénus.
Em 2027, será lançada a missão VERITAS (Venus Emissivity, Radio Science, InSAR, Topography, and Spectroscopy), que irá orbitar Vénus.
No final desta década, será lançada a missão DaVinci, que vai explorar a atmosfera de Vénus e vai largar uma sonda para a sua superfície. A sonda deverá tirar inúmeras fotografias de “dentro” de Vénus (da sua superfície) e recolherá imensos dados.
Além destas duas missões da NASA, a ESA também irá enviar a missão EnVision, que vai fazer observações detalhadas de Vénus.
A Rússia e a Índia também planeiam enviar missões a Vénus nos próximos anos.
Curiosamente, já no próximo ano, deverá ser enviada uma missão privada a Vénus.
A missão Venus Life Finder (VLF) é constituída por 3 sondas atmosféricas que irão explorar as nuvens de Vénus, de modo a tentar encontrar sinais de vida simples na atmosfera de Vénus.
A primeira sonda, em 2023, irá analisar as nuvens de Vénus, em busca de moléculas orgânicas.
A segunda sonda, em 2026, deverá largar um balão para as nuvens de Vénus, e analisar a habitabilidade dessa região, a 50 quilómetros de altitude.
A terceira sonda, em 2030, deverá recolher uma amostra do gás atmosférico em Vénus, e retornar à Terra, de modo a analisá-lo nos laboratórios terrestres.
Vénus poderá vir a ser o “novo Marte”, em termos de prioridade para os Humanos.
Sabe-se muito mais sobre a história de Marte do que sobre a história de Vénus, porque sobretudo a partir da década de 1990, existiram várias missões para estudarem o planeta vermelho.
Vénus tem-se mantido na sombra da exploração do sistema solar.
Mas estas missões mostram que Vénus poderá vir a ser o próximo alvo da curiosidade dos Humanos: estudar a atmosfera, depois estudar a superfície, enviar uma lander, depois landers maiores, depois quiçá um rover altamente protegido, etc.
Vénus poderá ter tido no passado distante oceanos similares aos da Terra (quiçá com vida simples). Mas após o efeito-estufa se tornar dominante, a vida que pudesse lá existir, desapareceu.
No entanto, alguns organismos simples, poderão ter-se refugiado nas nuvens, que têm uma camada com condições moderadas: algum vapor de água, temperaturas entre 35ºC e 70ºC, pressão atmosférica similar à terrestre, alguns nutrientes, etc.
Mas não é certo que Vénus tivesse tido oceanos, e muito menos vida.
E a camada inferior da atmosfera venusiana está carregada de ácido sulfúrico, muito mais concentrado do que os micróbios terrestres conseguem resistir.
No entanto, no ano passado, foi publicado um artigo que mostra que certos organismos terrestres secretam amónia que neutraliza o ambiente ácido à sua volta.
Se hipotéticos micróbios Venusianos utilizarem um mecanismo similar, poderão resistir nas nuvens de Vénus.
Apesar desta possibilidade, as perspetivas não são boas, já que as nuvens de Vénus têm muito pouco vapor de água. Os micróbios teriam dificuldade num ambiente maioritariamente constituído por ácido sulfúrico.
O mesmo acontece com o mel: o mel não se estraga, porque os micróbios não prosperam lá, já que não têm acesso a água suficiente.
Obviamente, poderão existir pequenos ambientes nas camadas de Vénus com mais água. Mas neste momento, não sabemos se existem.
O nosso conhecimento de Vénus é sobretudo teórico: temos algumas observações e medições, mas o resto são modelos e hipóteses.
Assim, são necessárias mais medições diretas no local.
Daí precisarmos de mais missões a Vénus, que explorem os seus ambientes atmosféricos e na superfície.
Tendo em conta o nosso conhecimento atual da vida na Terra e das condições em Vénus, não é possível atualmente a vida, tal como a conhecemos, prosperar em Vénus.
No entanto, Vénus poderá ter vida com adaptações bioquímicas que atualmente desconhecemos.
A vida pode ter evoluído em Vénus, adaptada a ambientes altamente ácidos.
Afinal, como disseram nos filmes Life e Jurassic Park: “Life always finds a way” – a Vida encontra sempre uma forma de sobreviver.
2 comentários
Typo:
E a camada inferior da atmosfera marciana…..
Author
Obrigado!!! 🙂
Já corrigido 😉
abraço