Júpiter tem estado brilhante no céu.
Na passada segunda-feira, dia 26 de Setembro, Júpiter esteve relativamente próximo da Terra. Assim, Júpiter pareceu “maior”: é uma aparência, visto estar mais perto de nós.
O planeta Terra na sua órbita e o planeta Júpiter na sua respetiva órbita já não estavam tão próximos desde 1963 (nos últimos 59 anos).
Mesmo assim, não se preocupem: esteve a cerca de 591 milhões de quilómetros de distância da Terra.
Como Júpiter está do lado oposto ao do Sol (visto da Terra), então Júpiter também parece mais brilhante.
Assim, Júpiter esteve mais perto da Terra, enquanto simultaneamente esteve em oposição, aumentando os efeitos aparentes: maior e mais brilhante.
Júpiter continua brilhante no céu. Podem observá-lo durante a noite, sem problemas.
Não se deixem enganar: entre verem esta noite ou na passada segunda-feira, não irão notar qualquer diferença em brilho e tamanho de Júpiter: será sempre um ponto brilhante no céu.
O mais curioso foram algumas (des)informações dadas pela comunicação social.
Por exemplo, foi dito que “Júpiter vai aparecer mais brilhante nos céus, tão ou mais brilhante que a nossa Lua“.
Ora, Júpiter é um mero pontinho brilhante no céu. A Lua não é um ponto. Penso que toda a gente já viu a Lua e percebeu que não é como uma estrela.
Então porque deram esta desinformação?
Provavelmente, compararam maçãs com laranjas: como a Lua estava na sua fase Nova, então o brilho do pontinho de Júpiter era superior à negrura da fase da Lua.
Ou então, foi uma péssima tradução do artigo da NASA, que diz: “Outside of the Moon, it should be one of the (if not the) brightest objects in the night sky”. Ou seja, sem contar com a Lua, o pontinho de Júpiter será o mais brilhante no céu. Quem traduziu nos jornais, esqueceu-se do “outside of the Moon”.
Esta desinformação, obviamente, só serviu para confundir as pessoas, que pensaram que Júpiter ia se ver em metade do céu…
Outra (des)informação dada foi que as suas 4 maiores luas seriam visíveis.
Sim, são visíveis com binóculos e com telescópios.
A olho nú, são demasiado ténues, e sobretudo estão tão próximas do brilho de Júpiter que não as conseguimos discernir (apesar de estarem próximas do limite do visível).
Isto serve para a passada segunda-feira ou outra noite qualquer: com telescópios conseguem-se ver.
Mais uma vez, o/a jornalista que leu o artigo da NASA, só leu metade da frase: “With good binoculars, the banding (at least the central band) and three or four of the Galilean satellites (moons) should be visible”. Ou seja, com bons binóculos é possível ver as maiores luas de Júpiter. Quem traduziu nos jornais, esqueceu-se de “with good binoculars”.
As pessoas leram estas notícias na comunicação social, e pensaram que se olhassem para o céu, iriam ver Júpiter enorme com 4 luas ao lado… o que obviamente era mentira.
Concluindo: esta noite (e nas próximas) vão até lá fora e vejam Júpiter. É um pontinho brilhante.
Vão ao site Heavens-Above, escolham o vosso local de observação, e depois cliquem em “vista do céu”.
Fonte: NASA.
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