Há alguns meses atrás, aqui, falei-vos nestes teasers que iam aparecendo pela CNN.
Chamam-se “Call to Earth” e o objetivo é chamar à atenção para os problemas/desafios ambientais que o planeta está a enfrentar, e inspirar as pessoas a adoptar algumas das soluções apresentadas.
Na altura, deixei este vídeo bastante inspirador e emocionante:
Entretanto, estes pequenos segmentos entre programas deram lugar a programas/documentários sobre pessoas que trabalham na conservação do planeta, lutando pela preservação da vida na Terra.
Um dos pequenos documentários que mais gostei foi sobre a exploradora, bióloga marinha e oceanógrafa Sylvia Earle, que com 87 anos continua a mergulhar nos oceanos em busca de mais conhecimento sobre os ecossistemas.
Ela explica que “a floresta sob o mar que costumamos ignorar, produz mais oxigénio que todas as árvores na superfície”.
Ela também diz: “Devemos proteger a vida nos oceanos, como se a nossa vida dependesse disso, porque depende.”
Podem ver todo o programa (24 minutos), aqui.
Adorei também ver este documentário de 22 minutos, denominado Listening to our Planet, sobre os sons do planeta.
O ambiente está cheio de sons, desde os chamamentos dos animais até à poluição sonora produzida pelo Homem.
Os 4 investigadores que aparecem neste documentário estudam os sons feitos pelos animais, de modo a compreender melhor a vida no planeta e o nosso impacto nessa vida.
Por exemplo, a poluição sonora produzida pelo Homem nos mares (ex: navios) faz com que as baleias fiquem desorientadas.
Thrilled to share the trailer for Call to Earth: Listening to Our Planet. Big thanks to @CNN @BushHeritageAus @QUT and my fellow acoustics researchers for making this happen! #bioacoustics #ecoacoustics pic.twitter.com/RKbF0H65G8
— Daniella Teixeira (@daniteixeira___) September 25, 2022
Gostei bastante do documentário intitulado Protecting nature’s highways – Proteger as auto-estradas da natureza.
Este documentário foca-se nas migrações dos animais, que estão a ser ameaçadas pela atividade humana.
São explicadas as migrações das aves, dos insetos (nomeadamente das abelhas) e da vida marinha (nomeadamente dos tubarões).
Gostei da comparação entre as migrações e o que os Humanos fazem: os Humanos também gostam de viajar (em vez de ficarem sempre no mesmo sítio/região), e os Humanos também gostam de ter diferentes locais para comer, dormir ou procriar.
Os animais fazem o mesmo, com as migrações.
A parte que gostei mais foi sobre a auto-estrada que atravessa o Parque Nacional Banff, no Canadá.
Os animais não conseguem atravessar a auto-estrada, e quando o tentam fazer, muitas vezes são atropelados e morrem.
Assim, estão a ser construídas passagens subterrâneas e também pontes “naturais” para que os animais atravessem a auto-estrada em segurança.
Podem ver todo o programa (23 minutos), aqui.
Também gostei do programa Protectors of the Sea – Protetores do Mar.
Gostei de ver o trabalho que interseta arte, ciência e conservação da natureza: tem que ser um trabalho belo e apelativo, tem que ser baseado em factos científicos, e tem que ter uma mensagem de conservação/proteção da natureza.
A narrativa visual (fotografias, documentários) é uma excelente forma de fazer a ponte entre os cientistas e o público, de explicar os dados científicos ao público, de inspirar as pessoas a procurarem saber mais sobre o assunto.
Uma das frases mais importantes foi: os verdadeiros heróis estão no terreno, a estudarem a natureza, sem terem quaisquer “holofotes” sobre si. Eles deviam, mas infelizmente não são conhecidos do público, não são populares (nas redes sociais, por exemplo). Isso diz muito sobre a nossa sociedade, que tende a dar mais valor a inúteis auto-proclamados influenciadores do que aos heróis que protegem a vida no planeta.
Uma das frases mais emblemáticas deste episódio foi: estamos todos ligados, a vida está toda ligada entre si; se não cuidarmos do resto da vida na Terra, então também não sobreviveremos.
Podem ver um pequeno resumo, aqui.
O projeto SeaLegacy é fantástico.
O conhecido Richard Quest apresentou um segmento de 22 minutos chamado Call to Earth: Protectors of the Planet.
Ele começa esta “Hora do Planeta” em Central Park, em Nova Iorque.
Depois, ele dá a voz a 5 biólogos conservacionistas ao redor do mundo:
– Shahriar Caesar Rahman protege tartarugas no Bangladesh.
– Jonathan Cybulski estuda corais na costa de Hong-Kong.
– Kerstin Forsberg protege as grandes jamantas na costa do Peru.
– Ellie Mackay tenta limpar o mundo, encontrando e recolhendo lixo plástico.
– Olivier Nsengimana protege o grou-coroado-oriental por terras do Ruanda.
Gostei desta frase: “O problema não é o plástico, mas sim a má gestão dele, após o utilizarmos”.
Esta informação deixou-me a pensar:
“O mar é o caixote do lixo dos Humanos.
No entanto, 70% da superfície do planeta é coberta por água, e onde está mais de 95% da vida no planeta. Por isso, o oceano é a parte mais importante do nosso planeta.”
Também gostei do documentário Voice of the Wild – A Voz da Vida Selvagem -, com a conservacionista Paula Kahumbu, que nos mostra o que está a ser feito para conservar a vida dos grandes elefantes no Quénia.
Com outros conservacionistas, ela não fala só dos projetos de proteção dos elefantes, mas também discute projetos de conservação dos grandes felinos, dos trajetos migratórios, dos animais marinhos e dos recifes de coral que existem no Quénia.
Provavelmente, um dos aspetos mais impactantes são as iniciativas com os mais novos, de modo a educar e inspirar as novas gerações, que serão os agentes de mudança no futuro.
Podem ver todo o programa (24 minutos), aqui.
Podem ler um artigo de opinião escrito por Paula Kahumbu, aqui, sobre a diversidade e equidade que deve existir ao fazer-se filmes sobre a vida selvagem em África.
Ela própria criou um programa (documentário/série) de sucesso na televisão no Quénia sobre a vida selvagem, denominado Wildlife Warriors.
Este programa promove os conservacionistas Quenianos através de narrativas (storytelling) locais.
Um outro documentário que também gostei, tem por título Protecting the planet’s big cats – Proteger os Grandes Felinos que existem no planeta.
Os Grandes Felinos são excelentes predadores.
No entanto, há um outro animal que os caça sem remorsos: os Humanos.
As razões são muitas vezes disparatadas, como por exemplo a pseudo-medicina. A chamada medicina tradicional ou indígena por vezes imagina benefícios medicinais a partir de partes dos grandes felinos.
A verdade é que a extinção dos grandes felinos em certas partes do mundo leva a um desequilíbrio na natureza: matando os grandes predadores, as presas vão explodir em termos populacionais, acabando com o alimento vegetal, degradando os solos e provocando deslizamentos de terras.
Podem ver todo o programa (23 minutos), aqui.
Um outro documentário que também gostei, tem por título The Edge of Extinction – Próximo da Extinção, que apresenta histórias de conservacionismo de espécies ameaçadas pela extinção.
Mais de 42 mil espécies estão em risco de extinção.
Não são só as espécies mais conhecidas, como grandes mamíferos. Há muitas espécies de animais pequenos que também estão em vias de extinção, e que nem nos damos conta. Um dos exemplos é um pequeno caracol que vive nas Bermudas.
Um dos momentos mais interessantes foi a descoberta do pássaro Pterodroma cahow.
Pensava-se que estava extinto há 300 anos.
Mas em 1951, foi descoberto um pássaro escondido num buraco numa das ilhas das Bermudas. Nessa altura, foram encontrados somente 18 pares destes pássaros. Atualmente, devido aos esforços dos conservacionistas, existem 164 pares destes pássaros. Mesmo assim, continuam obviamente em risco de extinção.
O objetivo de todos os conservacionistas é preservar a biodiversidade do planeta.
Podem ver todo o programa (23 minutos), aqui.
Gostei também de ver, aqui, a história de Gina Moseley, que explora cavernas em busca de evidências das alterações climáticas no passado terrestre.
Podem também ler/ver, aqui, a história de Shalise Leesfield, uma jovem Australiana de 16 anos que protege tubarões.
Podem assistir a uma lista de 77 pequenos vídeos, de 3 minutos, relacionados com a conservação da natureza, aqui.
Nessa lista, existe pelo menos um português, aqui, e dois brasileiros, aqui e aqui.
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