Após a pandemia de COVID-19, as pessoas em geral, e os investigadores em particular, estão mais cientes que as pandemias são certas e cíclicas: acontecem certamente, com intervalos não-regulares.
De modo a lidarmos melhor com a próxima pandemia, os investigadores científicos procuram por vírus na natureza (nos animais) que possam eventualmente ser transmitidos aos Humanos, espalharem-se e tornarem-se uma pandemia devastadora para os Humanos.
Se identificarmos os vírus potencialmente perigosos com muita antecipação, então poderemos lidar com os seus efeitos posteriores de forma muito mais rápida e eficaz.
Existem vários artigos sobre essa procura pelo próximo “vírus pandémico”.
Gostei bastante deste artigo, na revista Time, que refere que são necessárias colaborações público-privadas de saúde pública em vários locais do mundo.
Além disso, o artigo fala da colaboração entre várias instituições internacionais que conseguiu identificar a variante Gamma, da COVID-19, antes dela atingir cidades enormes como São Paulo. Se só fosse identificada após atingir a cidade, teria sido muito pior.
O artigo termina dizendo que estão sendo desenvolvidos novos designs de vacinas, nomeadamente de administração nasal. São vacinas mais eficientes contra vírus respiratórios. Infelizmente, para já, não se passou dos testes iniciais por falta de investimento público.
Adorei o segmento 60 minutos, sobre os investigadores atuais que são “caçadores de vírus” e a procura pelo agente patogénico X.
Desde 2009, investigadores de instituições norte-americanas já descobriram mais de 900 novos vírus.
Estes “detetives das doenças” dizem que o risco atual é superior ao passado, já que as populações humanas são cada vez maiores e os habitats naturais dos animais que transportam estes vírus vão sendo devastados: a consequência é que há cada vez mais contacto entre os Humanos e os animais selvagens que transportam estes vírus.
Podem ler sobre o programa, aqui.
Podem ver o programa, aqui.
O programa segue os investigadores até ao Uganda, onde eles estudam morcegos que vivem numa antiga mina abandonada.
Os morcegos são muito importantes, já que são os mamíferos que contém mais vírus letais para os Humanos. Novos vírus em morcegos estão constantemente a ser descobertos. Por exemplo, os morcegos transportam os vírus mortíferos do Ébola e os coronavírus, que é a família de vírus que levou à COVID-19.
Depois, o programa segue outros investigadores que testam babuínos, que também transportam muitos vírus.
Interessante é o método criativo de inserir zaragatoas em bananas, que depois são recolhidas para analisar a saliva lá deixada, em busca de vírus.
Por fim, o programa lida com gorilas. Os gorilas têm sintomas semelhantes aos Humanos caso sofram das mesmas doenças. Por exemplo, se estiverem com gripe, têm na mesma o nariz a pingar, tosse, espirros, cansaço, etc.
Eles são suscetíveis a muitos dos mesmos agentes patogénicos que os Humanos. Assim, monitorizar gorilas pode dar-nos uma antecipação de doenças potencialmente mortíferas para os Humanos, caso esses gorilas as tenham primeiro.
A epidemiologista de vida selvagem Christine Johnson disse: “É garantido que existirá uma nova pandemia. Não é uma questão de SE, mas sim de QUANDO acontecerá.”
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