A 18 de Abril de 1963, um jornal de Mansfield, Ohio, EUA, publicava um artigo que dava conta que, no futuro, seria possível as pessoas andarem com um pequeno telefone portátil, sem fios, no bolso.
Na altura, dizia-se que esta tecnologia ainda demoraria muito tempo para estar disponível. Afinal, era, para já, só uma curiosidade desenvolvida em laboratórios.
No mesmo artigo até se dizia que, pasmem-se, este pequeno telefone até poderia ter uma minúscula “televisão” incorporada, de modo a se poder ver a pessoa do outro lado.
Apesar de em 1963, esta tecnologia parecer demasiado futurista, a verdade é que rapidamente isto foi desenvolvido.
Em 1973, foi feita a primeira chamada com um telemóvel.
Em 1983, já estavam a ser comercializados os primeiros telemóveis da Motorola. Assim, somente 20 anos após a visão de uma tecnologia inovadora, já ela estava disponível para a população.
Mais cerca de 13 anos em cima, e tínhamos os telemóveis flip-open, que segundo Star Trek, só deveriam existir passados 300 anos.
E 10 anos depois (2007), tínhamos o iPhone 1.
Em cerca de 50 anos passamos de enormes telefones fixos, com cabo, em casa, para pequenos dispositivos que incluem telefone, calculadora, vídeo, televisão, internet, agenda, fotografias, relógio, redes sociais, e até mapas de estradas em tempo real.
Uma só geração viu um desenvolvimento tecnológico assombroso… por isso, não nos podemos surpreender muito quando as pessoas não compreendem o mundo tecnológico à sua volta, e imaginam que seja tudo fruto da “magia sobrenatural”.
A tecnologia evoluiu rapidamente, mas a educação e o “awareness” do conhecimento científico (além das questões sociais e morais) não evoluíram com a mesma rapidez, levando a uma rutura cada vez maior entre a tecnologia utilizada e o conhecimento que se tem dessa tecnologia.
P.S.: eu ainda me lembro das televisões a preto e branco, com “filtros coloridos de papel” que se colocavam à frente do ecrã, para lhe dar côr. Agora, todas as televisões são a cores, incluindo as minúsculas televisões que carregamos em telemóveis no bolso. A evolução tecnológica foi realmente impressionante…
3 comentários
Eu também cheguei a pegar a época da televisão preto e branco. Agora, sobre telefones de bolso, uma curiosidade: Nos EUA, apesar de terem inventado essa tecnologia, ela ficou inacessível para a população até 2001 (acredite, quem primeiro utilizou esse serviço foi o povo japonês, no começo da década de 80) pois levou todo esse tempo para que o órgão regulador do Governo Federal (Políticos sempre ferrando a população mesmo, aff!) enrolou para conceder a licença para que a Bell Laboratories – e outras indústrias nos EUA – comercializassem essa tecnologia que eles próprios haviam possibilitado que se inventasse. Até o Brasil já havia regulado esse serviço por aqui na década de 80 (embora pouquíssimos tinham acesso devido ao elevado custo para a população), apesar de ter se popularizado mesmo por aqui somente no final dos anos 90 e início dos 2000 (ou seja, até nosso Governo Federal, no caso, através da ANATEL) liberou sua comercialização para a população ANTES do Governo dos EUA. É mole?
Para quem quiser entender o porquê dessa demora, tem um documentário estado-unidense no YouTube denominado “A história do telefone celular” (assisti a uma versão legendada dele) que disponibiliza na íntegra os porquês dessa demora quanto à comercialização por lá. O documentário menciona ainda quais os países cuja população teve acesso a essa tecnologia ANTES dos EUA (muitos deles situam-se entre os Tigres Asiáticos).
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Eu estava na faculdade em Portugal nos anos 90.
Penso que terá sido em 1995, vários amigos da faculdade fomos fazer uma excursão (viagem).
Uma das minhas amigas (que continua amiga passados todos esses anos) levou um desses telefones portátis (enormes, que pareciam paralelepípedos brancos da Motorola) na viagem.
Penso que foi a primeira vez que vi um telefone portátil 😉
De minha parte, o primeiro que vi na minha frente foi em 2001. Antes disso, só conhecia por fotos e pelo cinema.