Enquanto a Europa, EUA, etc, apostaram nas vacinas (baseadas na tecnologia mRNA) para proteger a população dos efeitos graves da COVID-19, a China apostou em vacinas de tecnologia convencional (menos eficazes), e sobretudo numa política de testes e isolamento assente na ideia de “0 casos COVID”.
Claramente, a estratégia chinesa não funcionou, como se viu pelos constantes confinamentos.
Devido à enorme pressão popular (revoltas, suicídios), no início de Dezembro a China decidiu mudar de estratégia: deixaram de existir restrições.
Com isso, aumentou enormemente a desinformação nas redes sociais chinesas: a pseudociência reinou.
Passaram a existir muitas mais supostas curas mágicas para as pessoas se protegerem da COVID-19: desde pêssegos enlatados, passando por ingerir água salgada congelada, e acabando na “fruta dos monges“.
Entretanto, no final de Dezembro de 2022, um documento oficial do governo Chinês – da Comissão Nacional de Saúde Chinesa – estimava que, nos primeiros 20 dias de Dezembro, 248 milhões de pessoas tinham sido testadas e confirmadas como tendo COVID-19. Isto corresponde a cerca de 18% de toda a população chinesa.
Só no dia 20 de Dezembro, o documento aponta que, por toda a China, 37 milhões de pessoas ficaram infetadas com a COVID-19.
Curiosamente, “oficialmente”, para o resto do mundo, a China reportou somente 3049 infeções: foi um “engano” de “alguns zeros”.
No final do ano, na China, eram visíveis as grandes aglomerações de pessoas em hospitais e crematórios com filas e filas de corpos.
Tendo em conta os números oficiais do documento chinês, as estimativas apontavam para quase 2 milhões de mortos por COVID-19.
No entanto, não era isso que se via nos números ditos oficiais. Esses números não reportavam mortos em alguns dias, e noutros dias reportavam menos de 10 mortos.
Perante estas discrepâncias, o governo chinês mudou a estratégia:
– primeiro, mudou a definição de “morte por COVID”: pessoas que tenham COVID, que são hospitalizadas e que morram de doenças cardiovasculares ou cerebrais, não contam como morte por COVID. Só morte por falha respiratória (incluindo pneumonia) conta como COVID-19. Desta forma, os números passaram a ser ainda menores.
– como os números eram demasiado baixos para o que se passou no resto do mundo – e por isso, a China continuava a ser criticada pelos números oficiais não serem reais – então, a solução adoptada pela China mais recentemente, foi deixar de reportar números: oficialmente, tal como a Coreia do Norte e outros países “milagrosos”, a China não tem infeções nem mortes por COVID-19.
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