“Em química, uma molécula ou ion é chamado quiral se não puder ser sobreposto em sua imagem especular por qualquer combinação de rotações, translações e algumas mudanças conformacionais. Essa propriedade geométrica é chamada de quiralidade. Em física, um fenómeno quiral é aquele que não é idêntico à sua imagem no espelho.” (in wikipedia)
O ADN é uma molécula quiral, já que a forma de hélice dupla do ADN gira para o lado direito.
Saiu recentemente um artigo científico que pode explicar essa surpreendente característica: podem ter sido os raios cósmicos que fizeram com que, no início do processo evolucionário terrestre, o ADN (e o ARN) tendesse para o lado direito: se conseguíssemos diminuir ao ponto de subirmos pela hélice de ADN, como se fosse umas escadas em espiral, estaríamos sempre a ir pela direita.
Os raios cósmicos (protões de alta energia) entram na atmosfera terrestre, interagem com outras partículas e produzem piões. Os piões decaem rapidamente, devido à força nuclear fraca (que tem a tal assimetria no espelho). Os piões ao interagirem na atmosfera, produzem, entre outras coisas, muões, que também têm uma orientação magnética quiral. Quando chegam ao solo, eles mantém a quiralidade.
Provavelmente os primeiros organismos terrestres, muito simples, tinham ambas as tendências: “para a direita e para a esquerda”.
No entanto, ao longo de milhões de anos, como a colisão de raios cósmicos pode provocar mutações nos organismos, algumas mutações tiveram mais sucesso que outras, e as que tiveram mais sucesso estavam “para a direita”. Assim, a vida foi evoluindo nesse sentido.
Leiam o interessante artigo na revista Quanta Magazine, aqui.
Podem ler o artigo científico, aqui.
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