Medicamentos milagrosos?

Os medicamentos são produtos “milagrosos”: o milagre é feito, sempre, pela ciência.
As pessoas não têm noção da quantidade de conhecimento científico, anos de experiências, aprendizagem do mundo natural, etc, que está na base da criação de medicamentos.

No entanto, os vigaristas apresentam muitas vezes “medicamentos milagrosos”, como se estes tivessem efeitos fantasticamente positivos, apesar de não existirem quaisquer testes ou evidências da sua eficácia.

Devido a isso, o negócio dos medicamentos falsificados vendidos pela internet está a crescer bastante.
Cada vez mais pessoas compram “medicamentos” pela internet: ou porque são mais baratos, ou porque não confiam nos médicos, ou porque acreditam nas propriedades que alguém lhes diz, ou porque têm medo dos efeitos secundários que são descritos nos medicamentos médicos ou porque são publicitados por figuras públicas, etc.

Ora, isto é uma estupidez: uma tremenda falta de literacia funcional.
Os tais “medicamentos” são mais baratos, porque não contém o que é suposto. Eu também posso vender copinhos de água baratos, se só tiverem água, mas anunciar que é um refresco milagroso.
Se as pessoas não confiam nos médicos, então porque raio confiam em alguém que não é médico e que lhes vende medicamentos? Essa pessoa está a tentar lucrar numa área em que é absolutamente ignorante. Seria o mesmo que comprar um martelo a um pedreiro, porque não confio num neurocirurgião para me tirar um tumor da cabeça. Seria uma estupidez.
Acreditar em algo que alguém nos diz só porque sim, é sinal de falta de inteligência: a pessoa devia questionar o que lhe vendem, sobretudo se existem alegações extraordinárias de cura de tudo e mais alguma coisa.
Ter medo dos efeitos secundários descritos nos medicamentos devidamente testados, mas depois ir comprar comprimidos que podem ter veneno para ratos (que não aparece na descrição) em comprimidos contrafeitos, é arriscar a sua saúde.
Acreditar em algo médico só porque apresentadores de televisão, atrizes ou modelos dizem, não faz qualquer sentido, porque essas pessoas não são médicas: a sua opinião vale tanto como qualquer outra pessoa. Pior do que isso, muitas vezes essas figuras públicas nem sequer promovem esses produtos; simplesmente, a sua imagem foi abusivamente utilizada sem elas darem autorização.

Crédito: Essencial, SIC notícias.

A jornalista Conceição Lino, na SIC, na rubrica Essencial, fez uma reportagem muito interessante sobre este negócio da venda de medicamentos e suplementos alimentares pela internet, como podem ver aqui e aqui.

Na reportagem é dito que alguns desses falsos medicamentos contém pó de talco, pó de tijolo, alumínio, etc, que ao serem ingeridos, são nocivos para a saúde das pessoas.
E claro, estas imitações são publicitadas como “curas milagrosas”, apesar de não apresentarem qualquer evidência científica, com estudos independentes e duplamente cegos.

Curiosamente, os vigaristas costumam vender estes produtos como sendo produtos naturais…
Note-se que o veneno de cobra, o enxofre e o alumínio, por exemplo, são elementos naturais. O facto de poderem ser muito nocivos à saúde das pessoas, não é explicado às pessoas.
Ou seja, os efeitos secundários adversos podem ser muito graves, mas essa informação é escondida das pessoas.

Como é que em pleno século XXI, as pessoas continuam a ser enganadas por estas mezinhas próprias da Idade das Trevas?
Infelizmente, numa era de grande desenvolvimento científico e tecnológico, as pessoas continuam a ser ignorantes em coisas simples: a falta de literacia funcional ainda é bastante acentuada.

Cuidado com as burlas!!!
Os medicamentos falsificados vendidos pela internet servem só para que os vigaristas lucrem com isso (enganando as pessoas). Eles não servem para melhorar a saúde das pessoas; pelo contrário!

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