Vulcões ativos em Vénus


Dois cientistas (da Universidade do Alasca e do JPL, da NASA) uniram esforços, de modo a fazerem uma análise detalhada das imagens de radar de baixa resolução captadas pela sonda espacial Magalhães à superfície de Vénus.
As imagens foram recolhidas entre 1990 e 1992.

Apesar de nenhum vulcão alguma vez ter sido visto em atividade, a verdade é que sempre se assumiu que alguns deles deviam estar ativos.
Até porque a sonda Venus Express (da ESA) também chegou a detetar indícios de atividade vulcânica no planeta.

Crédito: NASA / JPL-Caltech

Agora, esta análise revelou que uma chaminé vulcânica (do Maat Mons, que é o vulcão mais alto de Vénus, com cerca de 8 quilómetros de altitude), expandiu-se e mudou de forma.
Isto foi comprovado pela comparação entre duas imagens: uma registada em Fevereiro de 1991 e outra registada em Outubro de 1991.
O intervalo de 8 meses terrestres é facilmente explicado: é a duração do dia em Vénus – o seu período de rotação. Assim, quando Vénus rodava uma vez de forma completa, a sonda Magalhães estava lá no sítio para tornar a mapear esse local.

Em Fevereiro, a sonda “observou” uma fissura/buraco circular de cerca 2,2 quilómetros quadrados.
Em Outubro, esse buraco estava mais raso e duas vezes maior.
A interpretação é que essa fissura ficou coberta com lava – passou a existir um lago de lava. E essa lava foi depois escorrendo pelo vulcão abaixo, já que também foram detetadas formações geológicas consistentes com esses “rios” de lava.
A interpretação baseia-se nas imagens serem semelhantes ao que aconteceu durante a erupção do vulcão Kilauea, no Hawaii, em 2018.
Daí a NASA dizer que, pela primeira vez, se observou evidências geológicas diretas de atividade vulcânica recente na superfície de Vénus.

Crédito: Robert Herrick / University of Alaska at Fairbanks

As paredes e superfície desse vulcão parecem ter características geológicas causadas por fluxos recentes de lava.
Consequentemente, o mais provável é existir atividade vulcânica recente em Vénus.


No entanto, mais estudos são necessários.
Não se pode ter somente uma evidência. E muito menos uma interpretação das imagens de radar.
São necessárias mais evidências geológicas dessa atividade recente. E, depois, é preciso saber qual a frequência dessas erupções vulcânicas.

São necessárias mais missões a Vénus para confirmar e reforçar estas descobertas.

Fontes: artigo científico, NASA, Nature, CNN.

1 comentário

    • Jonathan Malavolta on 19/03/2023 at 12:55
    • Responder

    Tem de chamar o Sérgio Sacani, do Space Today. Afinal, ele é geólogo e usa isso para estudar astronomia (até onde conheço de sua biografia).

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