O fantástico e “velhinho” Telescópio Espacial Hubble descobriu um buraco negro “fugitivo”.
Obviamente, ele não observou o buraco negro diretamente, mas detectou o rasto que ele cria ao viajar pelo espaço intergalático.
Esse rasto tem um comprimento de 200 mil anos-luz! (isto é o equivalente ao dobro do diâmetro da nossa Galáxia!)
O rasto “observado” vai desde o buraco negro até ao que se supõe ser a galáxia-mãe.
As perturbações que cria nas nuvens de gás existentes nos locais por onde passa, leva ao nascimento de muitas estrelas. Devido a estar a viajar demasiado depressa, o seu disco de acreção não captura estrelas rápido o suficiente para se alimentar: em vez disso, catalisa a formação estelar. Assim, o rasto é composto sobretudo por estrelas jovens, azuis, quentes e muito brilhantes.
Desta forma, o buraco negro não é só um agente de destruição, mas também de criação e renovação estelar.
Este buraco negro é supermassiço: tem uma massa equivalente a 20 milhões de sóis.
Encontra-se neste momento a cerca de 7,6 mil milhões de anos-luz de distância da Terra.
E está a viajar à incrível velocidade de 1800 km/s. A esta velocidade, conseguiríamos ir da Terra à Lua em apenas 14 minutos.
Não se sabe com certeza a causa para a existência deste buraco negro “em fuga”.
Pensa-se que há cerca de 50 milhões de anos ocorreu uma fusão entre duas galáxias. Os buracos negros supermassiços nos seus centros, estavam a juntar-se. Durante esse processo de fusão, atraíram gravitacionalmente uma outra galáxia, com outro buraco negro supermassiço no seu centro. A existência deste intruso, criou uma instabilidade no sistema, levando à expulsão de um dos buracos negros: o elemento perturbador terá sido expulso, ou o intruso pode ter substituído um dos dois buracos negros originais. O impulso da expulsão, deu-lhe uma velocidade capaz de gerar estrelas pelos locais por onde passa.
Curiosamente, esta descoberta aconteceu por acaso.
O astrofísico Pieter van Dokkum estava a analisar algumas imagens feitas pelo Telescópio Hubble, em busca de enxames globulares numa galáxia anã próxima, e viu um risco numa das imagens. Pensou que fosse um raio cósmico a atingir o detector da câmera. Afinal, era uma evidência indireta de um buraco negro.
Como sempre em ciência, agora é esperar por confirmações independentes.
Espera-se que observações feitas pelo Telescópio Espacial James Webb e pelo Observatório Espacial de Raios-X Chandra, confirmem esta descoberta.
Fontes: artigo científico, NASA, Hubblesite, CNN.
1 comentário
Pode ter sido isso o início de tudo, em se tratando de formação de estrelas, planetas, galáxias e outros tipos de massas cósmicas.