Como já tenho dito várias vezes, sou obviamente a favor da chamada “energia verde” e de todas as tecnologias que contribuam para melhorar o ambiente.
Mas também como tenho dito, sou frontalmente contra tudo o que se torne “moda” e fundamentalismo “visionário”.
É necessário ter pensamento crítico e analisar os assuntos pelo que são, pelas evidências existentes, e não por ideologias pessoais.
O que me parece é que as discussões sobre alterações climáticas tornam-se muitas vezes reféns de argumentos da moda e não tanto baseados em evidências.
Por exemplo, na Europa, durante os últimos anos, os pellets foram vistos como uma fonte de aquecimento amiga do ambiente.
A madeira tornou-se a maior fonte de energia renovável da Europa!
A questão é que com isso abateram-se um número enorme de árvores: florestas inteiras na Finlândia e na Estónia foram abatidas, para termos “energia renovável” em casa: supostamente para sermos amigos do ambiente, exterminávamos as árvores que retiram o dióxido de carbono do ar…
Os ambientalistas pediram o fim de subsídios para esse tipo de indústrias, porque afinal estão as destruir as florestas.
Crédito: American Public Power Association, Unsplash
Agora, vai-se em road trips e vê-se campos cheios de painéis solares.
Realmente, a energia solar é amiga do ambiente…
Mas esses painéis solares estão em locais onde antes existiam muitas árvores e plantas que foram exterminadas – já para não falar de animais que vêem o seu habitat ameaçado.
No ano passado, o governo português autorizou o abate de 1.079 sobreiros para a construção de uma central solar.
O Semanário do Expresso desta semana, dá conta de que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas já autorizou o abate de 3775 sobreiros e azinheiras, para construção de projetos solares. Os ambientalistas dizem que o valor de árvores abatidas é o triplo.
O slogan “energia verde abate milhares de árvores” é mais real, do que assumirmos que a chamada energia verde protege o ambiente e a biodiversidade do planeta…
Toda e qualquer produção de energia vai-se fazer à custa do planeta.
O problema não está na energia ou no planeta. O problema está, como sempre, nos Humanos e nos recursos que precisam para viver…
1 comentário
E pensar que pretendo pôr energia elétrica a partir da solar em casa. Mas eis uma coisa da qual ninguém fala, e o mesmo vale para hidrelétrica (que também é uma “energia verde”), você desmata uma área gigantesca e desabriga milhares de animais (não estou levando em consideração o número de animais mortos pois não sei qual a proporção) e usa mais de uma tonelada de concreto armado (não-amigo do meio ambiente) só para construir uma barragem e represar a área onde a energia hidrelétrica será produzida. Vale a pena chamá-la de “energia verde” (ou “energia limpa”, como vejo disposto nos artigos jornalísticos)?