Super-Lua azul

Crédito: NASA / JPL-Caltech

Na noite de 30 de Agosto tivemos a segunda Super-Lua do mês de Agosto, como nos disse a NASA, aqui.

Temos dezenas de artigos sobre super-luas, aqui.

Como explicamos nesses artigos, incluindo aqui, uma Super-Lua é somente uma Lua Cheia no seu perigeu (no ponto mais próximo da sua órbita ligeiramente elíptica ao redor da Terra).
É só isto. Nada mais.

Todos os meses temos uma Lua Cheia. E todos os meses temos um perigeu.
Quando ambos coincidem, temos aquilo que se convencionou chamar de Super-Lua.
(por coincidir, entenda-se: “quando o intervalo temporal entre Lua Cheia e o perigeu é menor do que 1 dia e 8 horas”)

Assim, é normal termos Super-Luas frequentemente.
Neste ano de 2023, temos 4 Super-Luas.
A primeira foi a 3 de Julho.
A segunda foi a 1 de Agosto.
A terceira foi esta de 30 de Agosto.
A última super-lua deste ano acontecerá a 28 de Setembro.

Em média, a Lua está a cerca de 384 mil quilómetros de distância da Terra.
Esta Super-Lua teve o seu perigeu a cerca de 357 mil quilómetros de distância da Terra.

A próxima Super-Lua que se parecerá um pouco maior que estas (é só aparência, a partir do nosso ponto de vista) será a 25 de Novembro de 2034, quando a Lua estará a “somente” 356 mil quilómetros de distância. Devido a estar um pouquinho mais perto, por isso é que se parecerá um pouquito maior para observadores experientes e atentos.

Em alturas de Super-Lua, a Lua aparenta estar 7% maior e 14% mais brilhante do que a normal Lua Cheia.
Notem que não é a Lua que muda de tamanho. Mas só nos parece maior, devido à nossa perspectiva.
No entanto, a diferença de tamanho não é perceptível para um observador ocasional da Lua. Nós nem reparamos nessas diferenças.
Da nossa perspetiva, é uma Lua praticamente igual a todas as outras.

A melhor altura para ver esta Super-Lua é ao nascer da Lua. Vê-se onde está o Sol a pôr-se, e olha-se para o lado contrário: está lá a Lua a nascer.

Assim, a Super-Lua é uma lua que parece maior vista a partir da Terra, sem mais nada de relevante a apontar.
Não acreditem em quem vos diz que é um fenómeno raro ou que tem repercussões nefastas na Terra (como terramotos) ou que tem “energias diferentes” (astrologia). É tudo mentira dos pseudos. O máximo que pode acontecer é um aumento ligeiro do tamanho das ondas do mar (poucos centímetros a mais).

De modo a combater a desinformação e o sensacionalismo, o Observatório Dietrich Schiel, em São Paulo, Brasil, divulgou este comunicado:

Uma outra curiosidade desta Super-Lua: foi a segunda deste mês. Como as Super-Luas só existem durante a fase de Lua Cheia, então isso quer dizer que tivemos duas luas cheias num só mês (Agosto).
Devido a existirem duas luas cheias no mesmo mês, convencionou-se chamar à segunda lua cheia do mesmo mês de Lua Azul.
Mas a Lua não muda de côr. A Lua não é azul!

Como diz a NASA: “Uma Lua Azul é a segunda Lua Cheia de um mesmo mês. Geralmente, os meses têm somente uma Lua Cheia, mas ocasionalmente podem ter duas. As Luas Cheias estão separadas por 29 dias, enquanto a maioria dos meses têm 30 ou 31 dias; assim, é possível ter duas Luas Cheias num único mês. Em média, isto acontece uma vez a cada dois anos e meio”.

A próxima Super-Lua azul (ou seja, a segunda Lua Cheia do mês, que também é uma super-lua) só acontecerá no ano 2037.

Conclusão: em termos astronómicos, isto não tem qualquer relevância. Isto é só uma pequena curiosidade mediática. É giro vermos uma Lua aparentemente maiorzita a partir da Terra, nada mais.

Todos os anos existem centenas de fotos da Super-Lua, muitas delas tiradas por astrofotógrafos.

Podem ver algumas imagens desta super-lua azul, nos tweets da Agência France-Presse (em cima).

Desta vez, para mim, as melhores imagens foram feitas por Valerie Gache, na Grécia, e por Yasin Akgül, na Turquia.

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