Prémio Nobel da Física 2023

Créditos: Nobel Prize, Niklas Elmehed

O Prémio Nobel da Física de 2023 foi atribuído ao francês Pierre Agostini, ao húngaro-austríaco Ferenc Krausz e à franco-sueca Anne L’Huillier, por terem criado impulsos de luz extremamente curtos que podem ser utilizados para medir os processos rápidos durante os quais os eletrões se movem ou mudam de energia.

Antes deste progresso, era impossível investigar processos tão rápidos, na ordem dos atossegundos.
Como diz a Real Academia Sueca: “Um attosecond é tão curto que há tantos num segundo como há segundos desde o nascimento do universo”.
Um atossegundo está para um segundo, como um segundo para cerca de 32 mil milhões (bilhões, no Brasil e EUA) de anos!

O físico Fernando Martín explicou: “um attosegundo é a milionésima da milionésima da milionésima parte de um segundo. São 0,000000000000000001 segundos (…) Se a Terra demora um ano a dar a volta ao Sol, um electrão demora 150 attosegundos a dar a volta ao núcleo de um átomo de hidrogénio. Se quisermos fazer uma fotografia sobre o movimento do electrão, necessitamos de um tempo de exposição de attosegundos ou ficará tremida. Com estes lasers podem fazer-se essas fotos e ver o movimento dos electrões em tempo real.”

Gonçalo Figueira, investigador do Instituto de Plasma e Fusão Nuclear do Instituto Superior Técnico (IST), disse ao Público: “Com esta técnica percebeu-se que havia forma de ultrapassar a barreira fundamental e chegar aos atossegundos (…). Quebraram essa barreira ao ponto de hoje fazermos coisas que há 100 anos seriam ficção científica. Por exemplo, responder a perguntas como: Quanto tempo demora um electrão a atravessar um átomo de um lado ao outro?
Em termos de aplicações práticas, no futuro vamos poder desenvolver fotografia que permite captar o movimento das borboletas a bater as asas, perceber o batimento cardíaco humano em atossegundos (em vez de segundos, como atualmente), diagnosticar cancro mais depressa, desenvolver novas moléculas para criar medicamentos mais eficazes e personalizados, os semicondutores dos computadores podem se tornar muito mais rápidos e miniaturizados, etc.

Agora, podem desenvolver-se ferramentas que nos permitem explorar o mundo dos electrões no interior dos átomos e das moléculas.

Anne L’Huillier tornou-se na 5ª mulher a ganhar o Prémio Nobel da Física.

Fontes: Nobel Prize, Público, Diário de Notícias, CNN Portugal.

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