Todas as guerras têm na sua base uma luta de poder. Isso entendo.
No entanto, de todas as justificações para a guerra, as que menos entendo são as guerras religiosas.
Dando como exemplo a guerra religiosa atual em Israel:
Se eu fosse um extraterrestre a monitorar os comportamentos humanos neste planeta, este seria o meu relatório a descrever uma guerra feita por humanos aparentemente loucos e certamente pouco inteligentes:
A Terra é considerada um planeta, sendo na verdade somente um pequeno pedaço de pó que anda à deriva pelo Universo.
Os Humanos vivem na superfície desse minúsculo pedacito de poeira. Apesar de ser um pedacito tão pequeno, mesmo assim os minúsculos humanos nem sequer aproveitam todo o planeta (nas nuvens, dentro da rocha, etc), mas na verdade só ocupam uma pequena parte (onde existe terra) da superfície do planeta.
A superfície do planeta tem uma área de 510 milhões de quilómetros quadrados.
Israel tem 22 mil quilómetros quadrados. No entanto, o que interessa mesmo é a área da cidade de Jerusalém, que tem uma área de 125 quilómetros quadrados. Na verdade, se quisermos ser rigorosos, o que realmente interessa é a chamada Cidade Antiga, que tem somente 1 quilómetro quadrado.
Assim, estamos a falar de 0,0000002% da superfície do planeta.
Este incrivelmente minúsculo pedacito de terra que faz parte de um pequeníssimo pedacito de poeira é disputado por 3 religiões: Judeus, Cristãos e Muçulmanos.
As 3 religiões diferem na pessoa morta em que acreditam.
No passado, pessoas diferentes, que já morreram há milhares de anos, diziam que ouviam vozes na sua cabeça. Eles interpretaram essas vozes como vindas de um homem barbudo invisível que vivia acima das nuvens.
O tal homem voador invisível disse-lhes que a terra que hoje se chama Cidade Antiga era deles e dos seus seguidores.
Como as 3 religiões acreditam em profetas (homens que ouviram vozes na sua cabeça) diferentes, então cada uma delas acha que é a real proprietária desse pedacito de terra, porque consideram que o seu profeta é que dizia a verdade.
No final do meu relatório extraterrestre, deixaria algumas perguntas:
– será que eles acreditam no mesmo homem barbudo invisível ou acreditam em seres invisíveis diferentes?
– se existem homens barbudos invisíveis diferentes, qual deles é que mostrou o papel a confirmar que era o proprietário legal do pedacito minúsculo de terra?
– se os “profetas” ouviram o mesmo homem barbudo, então os “profetas” não estavam a falar do mesmo? E assim, os seus seguidores, não seguem exatamente o mesmo homem barbudo invisível?
– porque aquele pedacito minúsculo de terra é mais importante para o homem barbudo que o pedacito minúsculo de terra ao lado?
– porque será que os “seguidores” não se apercebem que estão a lutar por um pedaço de terra irrelevante na superfície do pedacito de rocha a que chamam planeta? A Terra é irrelevante num gigantesco Universo. Qualquer pedaço na sua superfície ainda mais irrelevante é.
– atualmente, os Humanos já estão mais evoluídos ao internarem para serem acompanhadas psicologicamente pessoas que dizem ouvir vozes de “pessoas invisíveis” na sua cabeça. No entanto, não se entende porque continuam a acreditar em pessoas que tiveram os mesmos problemas psicológicos há milhares de anos atrás. Porque pensam que esses testemunhos são credíveis e aceitáveis?
– há 500 anos, os Humanos ainda pensavam que viviam no centro do Universo. Assim, é de esperar que ainda não tenham atingido a maturidade para pensarem em termos cósmicos. No entanto, questiono a sua vontade de quererem “sair de casa dos pais”. Os Humanos são ainda muito arrogantes, ao ponto de pensarem que continuam a ser o centro da atenção de seres invisíveis (geocentrismo psicológico). Eles não querem pensar por si próprios: tal como um adolescente, querem se sentir seguros na “sua casa”, com a supervisão dos pais “celestiais”. Duvido que queiram crescer mentalmente. Será que alguma vez vão querer “ver o mundo lá fora” e perceber que estão “por sua conta”?
Este seria o meu relatório preliminar, já que certamente existem algumas centenas de outras perguntas que se poderiam fazer, de modo a tentar compreender comportamentos claramente irracionais.
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