No dia 14 de Outubro, deu-se um eclipse solar anular.
Quando a Lua, na sua fase de Lua Nova, se encontra diretamente alinhada entre o Sol e a Terra, temos um Eclipse Solar, visto da Terra.
A Lua (como qualquer outro corpo celeste) tem uma órbita ligeiramente elíptica (a órbita é uma elipse). Assim, por vezes está mais distante da Terra e outras vezes está um pouquito mais perto.
Neste momento, na sua órbita, a Lua está um pouco mais distante da Terra. Em média, a Lua está a cerca de 384 mil quilómetros de distância da Terra. Atualmente está a 397 mil quilómetros de distância da Terra.
Assim, durante o eclipse, como a Lua está um pouco mais distante, vista a partir da Terra, a Lua não consegue “cobrir” totalmente o Sol: o diâmetro aparente da Lua é menor do que o do Sol.
Por isso, o que se vê a partir da Terra, é um “anel dourado”: a Lua tapa grande parte do Sol, exceto o exterior do “disco” solar.
Neste caso, os locais na faixa central do eclipse vêem um eclipse solar anular (o “anel de fogo”).
Nos locais mais a norte ou a sul dessa faixa, vêem somente um eclipse solar parcial.
Como o plano orbital da Terra não é exatamente o mesmo da Lua (a inclinação dos dois planos é de cerca 5º), então nem sempre que existe Lua Nova, existe um eclipse solar.
Todos os meses temos uma Lua Nova. Mas na maior parte das vezes a Lua está um pouco mais acima ou um pouco mais abaixo do plano orbital terrestre. Assim, na maior parte das vezes, a Lua não está diretamente alinhada entre o Sol e a Terra, e consequentemente não provoca eclipses.
Todos os anos existem, pelo menos, 2 eclipses solares.
Todos os 18 anos (Período de Saros), existem, em média, 41 eclipses solares e 29 eclipses lunares (70 eclipses no total).
Claro que eles só são vistos numa faixa pequena da Terra.
Este eclipse denominou-se Grande Eclipse das Américas de 2023.
Isto porque foi visto no continente americano, em diversos locais desde a América do Norte até à América do Sul: o “anel de fogo” foi visto nos EUA (em partes dos estados de Oregon, Nevada, Utah, Novo México e Texas), e em partes do México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia e Brasil.
No Brasil, por exemplo, o “anel de fogo” pôde ser visto em várias cidades dos estados do norte, como Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Já Brasília só conseguiu ver o eclipse de forma parcial.
Em Portugal, o eclipse não foi visto.
Podem ver uma animação da sombra da Lua a atravessar os vários países, durante o eclipse de 14 de Outubro, tal como foi visto pelo satélite GOES-EAST (GOES: Geostationary Operational Environmental Satellite):
Não se deve olhar diretamente para o Sol. Em nenhuma circunstância. Sob pena de causar danos à retina (aos olhos).
Isto aplica-se também aos momentos de eclipse.
Durante os eclipses, deve-se utilizar óculos especiais de observação solar ou então usar métodos de observação indireta.
Sabe-se que existem efeitos atmosféricos (na atmosfera da Terra), sobretudo na ionosfera, durante os eclipses.
Existem efeitos que conhecemos e que foram investigados ao longo dos anos: queda abrupta da luz solar, mudança repentina na temperatura, padrões invulgares de vento, etc. Até se notam comportamentos estranhos nos animais!
No entanto, os efeitos nas camadas superiores da atmosfera são pouco conhecidos.
Para estudar estes efeitos atmosféricos do eclipse, a NASA lançou 3 sondas a partir do Novo México em direção à ionosfera, de modo a estudar o campo elétrico, o campo magnético, a densidade dos eletrões, e a temperatura atmosférica durante o eclipse.
Como diz a Live Science:
“At its peak, Saturday’s eclipse will see roughly 90% of the sun’s light blocked by the moon.
We know from prior eclipses that this sudden drop in daylight can have some really strange effects on the planet, including rapid changes in temperature, wind patterns and even animal behavior.
Less understood is how an eclipse affects the electrically-charged upper atmosphere, or ionosphere, which begins between 30 and 50 miles (50 to 80 kilometers) above Earth.
Here, the sun’s ultraviolet radiation rips electrons away from atoms, forming a vast sea of charged particles throughout the day; at sundown, many of these electrons recombine into neutral atoms, until the sun’s morning rays return and split them apart again.
During the 2017 total solar eclipse over North America, scientists watched a speeded up version of this process play out when the moon completely blocked the sun’s light for a few moments, causing “ripples” in the ionosphere as temperatures and ion density rapidly dipped, then rose again just after the eclipse’s peak.”
Fontes: NASA, NASA, NASA, Great American Eclipse, wikipedia.
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