Halloween astronómico

O Halloween, Dia das Bruxas, comemora-se na noite de 31 de Outubro.
É uma festa pagã que se celebra na véspera da festa cristã ocidental do Dia de Todos os Santos.

Halloween quer dizer “All Hallows Eve” – véspera de todos os que têm um halo (santos).

O que pouca gente sabe é que o Halloween tem uma origem astronómica.

O calendário Celta, na Irlanda, incluía o festival de Samhain (significa: fim do Verão), que se celebrava entre 30 de Outubro e 2 de Novembro.
Segundo os Druidas Celtas, com o fim do Verão, entrava-se num novo ano. E devido a esta passagem de ano, eles acreditavam que se abriam as portas “da vida para lá da morte terrena”, deixando os espíritos passar: as almas dos mortos voltavam às suas casas para visitar os seus familiares e dar-lhes alento para a nova era.
Quando os Romanos invadiram o atual Reino Unido em 46 a.C., a cultura celta foi assimilada pela cultura latina. E assim, muitos dos conceitos foram misturados. Por exemplo, a “festa dos mortos” passou a significar a união do céu com a terra, do espiritual com o material, dos seres atuais com os seus antepassados.

O curioso é que a celebração Celta do Samhain, praticada entre 1.200 e 400 antes de Cristo, se dava a meio caminho entre o Equinócio de Outono (“noite igual ao dia”) e o Solstício de Inverno (“dia mínimo e máxima noite”), no Hemisfério Norte.
A determinação desta data era feita pela observação das estrelas. Ou seja, utilizava-se a astronomia.

Note-se que o calendário deles era lunar: eles contavam as Luas Cheias. Assim, o ano Celta tinha 12 Luas Cheias (12 meses).
O dia do festival Samhain era apelidado de “Cantlos” e coincidia com a Lua Cheia mais próxima do ponto médio entre o Equinócio de Outono e o Solstício de Inverno. Este dia era conhecido como o Dia Cruzado ou Dia Transversal. Era o último dia do ano Celta.
(Tecnicamente, o Dia Cruzado atual deveria ser a 7 de Novembro. Ao longo dos séculos, o dia vai mudando, devido aos movimentos terrestres e às alterações que foram feitas aos calendários)

Assim, a astronomia antiga Celta incluía 8 subdivisões sazonais principais por ano: Equinócio de Março + Equinócio de Setembro + Solstício de Junho + Solstício de Dezembro + 4 dias cruzados intermédios: 2 de Fevereiro, 1 de Maio, 1 de Agosto e 31 de Outubro.

Crédito: NASA

Numa sociedade sem luz artificial e que dependia inteiramente da agricultura, a observação dos céus de modo a perceber quando semear, fazer as colheitas, etc, era vital.
Por outro lado, numa altura em que não existia eletricidade, compreende-se que o aumento do número de horas de escuridão tenha sido relacionado às trevas da morte.

Voltando à ligação à astronomia, os Celtas acreditavam que esta passagem de ano marcava a abertura da porta entre os vivos e os mortos.
Ora, para os Druidas, esta porta celestial estava no aglomerado estelar das Plêiades (M45), que à meia-noite de 31 de Outubro se encontrava no ponto mais alto do céu, em latitudes terrestres acima de 45º.

Estas são as ligações entre o Halloween e a astronomia, através do conhecimento antigo dos Celtas.

Fontes: Planetário – Casa da Ciência de Braga, Journey Homeschool Academy, Sky & Telescope.

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