2023 Com Recordes Negativos de Temperatura no Hemisfério Norte [SPOILER: Aquecimento Global Antropogênico]

Recordes de calor, recordes de frio, tudo em apenas um ano. Este é o saldo climático no hemisfério norte em 2023.

Já se sabe, ao menos, os efeitos que as causam: a emissão de gases de efeito estufa, associadas a desmatamentos provocados por queimadas.

E, a natureza, esta continua a dar ela mesma o seu recado, sem o envio de emissários.

Os emissários [leia-se: os cientistas] apenas reforçam, pacientemente, o recado.

Munique, DE, dez. de 2023. Crédito: Reuters (Agência)

Se no verão de 2023, as temperaturas médias no hemisfério norte bateram recordes positivos, no outono e, agora, no inverno, as temperaturas estão igualmente batendo recordes. Porém, negativos.

Em dezembro último, que marca o solstício de inverno, fortes nevascas atingiram várias partes da Europa, interrompendo os serviços aéreos, portuários, metro/ferroviário e militares.

Seis meses antes, em Sevilha, os termômetros locais marcavam 50ºC positivos.

Periodicamente, nos anos antigos, alguns serviços eram temporariamente interrompidos durante o inverno. O que não é normal são recordes de calor e frio ano após ano – ou em um curto espaço de tempo – cobrindo uma maior extensão e aumento da criticidade dos serviços privados e públicos.

O que era cíclico está se tornando habitual.

De acordo com a DPA, nevascas excepcionalmente intensas interromperam o tráfego aéreo e ferroviário na região da Baviera, especialmente no coração industrial, sua capital Munique. Mais de 40 cm de neve caíram durante as noites de dezembro e autoridades locais precisaram aconselhar os moradores a evitarem saídas desnecessárias de suas casas.

Em Moscow, de acordo com a TASS, um manto de 40 cm de neve foi registado em vários pontos da cidade – em menos de 12 horas, que é recorde em 145 anos, desde o início das medições. A maior nevasca tinha sido, até então, em 2022. Ou seja, apenas um ano antes.

Desde 2010, nunca se viu na Europa nevascas deste porte. Numa janela de tempo de apenas uma década. Na escala geológica, um nada.

No mês passado, no Canadá, as nevascas históricas e recordes negativos de temperatura também interromperam serviços privados e públicos. Na cidade de Edmonton, a poucas horas de voo de distância de Ottawa, capital do país, a temperatura mínima chegou a -45,9ºC. A menor temperatura em qualquer mês, desde 2009, quando este atingiu -46,1 ºC.

E, casos similares, nos outros países.


Bom. Este é o resumo.

Não existem apenas recordes positivos de temperatura, mas também ocorrem recordes negativos. Estes não existem apenas por ciclos naturais: quando o balanço global de energia não fecha a conta, ampliam-se as variações climáticas [e as suas consequências].

Retirando-se as raras causas naturais [atividades vulcânicas em vários lugares ao mesmo tempo causadas ou não por impacto de asteróides, etc., ciclos climáticos em janelas geológicas que levam milhões de anos, etc.], nos nossos tempos, o acréscimo dar-se-á pelo aumento da emissão antropogênica de CO2 e outros gases de efeito estufa – estes de menor emissão, porém com maior capacidade de retenção de radiação solar.

Como se a desgraça fosse pouca, com a aceleração do degelo, verdadeiros bolsões globais de gás metano, aprisionados, podem ser liberados para a atmosfera. [1] Além da inundação de grandes centros industriais-urbanos, provocando grandes perdas econômicas e migrações em massa. [2] 

O contínuo lançamento de gases de efeito estufa, aumentando sua concentração na atmosfera, com a redução de florestas naturais, é a tempestade que não temos condições nenhumas de enfrentar.

Poluição de rios, lagos e encostas, seja provocado por indústrias, seja provocado por pessoas, auxiliam no aumento de CO2, gás metano e N2O.

Reflorestamento, mesmo para indústrias com cifras bilionárias, é custo. E ninguém quer perder um dólar, mesmo perdendo meio dólar. Entenderam?

Todo mundo aguarda a primeira boa vontade.”

Nos acordos governamentais entre os países-membros, acredito que vocês já percebam isto.

Todos temos boas intenções. Poucos as põem em prática.

Por fim, quem continua sendo um negacionista climático [diferentemente do cético, que, no mínimo, possui embasamento científico], não é, nem por opinião, nem por ciência. É por opção.

Ainda existem bastante sapos em uma panela em aquecimento.

Fontes: Publico, TASS, DPA, Copernicus.


Notas

[1] PANORAMA. https://panorama.solutions/en/solution/assessing-contribution-river-pollution-climate-change-hong-kong

[2] Global and Planetary Change Journal. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0921818123001613
[estudo publicado do tipo open acess].

2 comentários

    • Brian Battler on 14/02/2024 at 00:18
    • Responder

    Aquecimento global causado por vocês riquinhos que vivem viajando pelo mundo e não abrem de seus luxos

    • Jonathan 'Hamelin' Malavolta on 12/02/2024 at 18:26
    • Responder

    E aqui nós estamos batendo recordes de calor. Fechamos o inverno de 2023 com temperatura média na casa dos 30-31ºC (Martinópolis, SP, Brasil, hemisfério Sul). E agora, em plena primavera, em breve entrando no verão, nosso relógio-termômetro continua mantendo essa média, com a temperatura raramente baixando para menos de 30ºC, e a tendência é piorar, por culpa antrópica.

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