Bobi perdeu o título

Crédito: Guinness World Records

Em Janeiro de 2023, Bobi, um Rafeiro Alentejano que vivia na região de Leiria, em Portugal, foi considerado o cão mais velho do mundo pelo Guinness World Records, ao atingir mais de 30 anos. Ele tinha nessa altura, 30 anos e 243 dias.
Podem ler, aqui.

Em Maio de 2023, Bobi fez 31 anos, como podem ver aqui e aqui.

Segundo o seu dono, Bobi nasceu a 11 de Maio de 1992.

Infelizmente, em Outubro de 2023, o cão Bobi faleceu.
Tinha 31 anos e 165 dias de idade (5 meses e meio).

Podem ler, aqui.

Em Janeiro de 2024, o Guinness World Records informou que tinha suspendido o título de cão mais velho do mundo ao Bobi, quando ele era vivo.
O objetivo foi fazer uma investigação, já que existiam dúvidas quanto à sua idade.

A idade de Bobi foi inicialmente confirmada pelo Serviço Médico-Veterinário do Município de Leiria, ao consultarem o SIAC, uma base de dados de animais de estimação autorizada pelo governo português.
No SIAC (Sistema de Informação de Animais de Companhia), está registado que o animal nasceu em 1992.
No entanto, a idade no SIAC foi registada somente em 2022 e foi transmitida pelo dono (sem verificação independente).

Alguns veterinários duvidaram da idade dita pelo dono. Eles notaram algumas discrepâncias.
Por exemplo, quando Bobi era jovem, tinha grandes manchas brancas nas patas. Essas manchas tinham desaparecido recentemente. As patas eram agora castanhas. Com a idade, surgem mais manchas brancas no pêlo dos animais. Mas terem desaparecido, é estranho.

Note-se que ninguém colocou em questão o facto do cão que morreu, ter morrido de velhice.
O que se questiona é se é o mesmo cão, e se tinha a idade que é alegada.

A idade de 31 anos equivaleria a um Humano viver mais de 200 anos. O que é impossível (incrivelmente improvável).

Em média, o cão daquela raça deveria ter morrido por volta dos 15 anos. Se vivesse até aos 20, era muito bom. Mas 30 anos é o dobro da maior estimativa de vida. Isto é, obviamente, altamente improvável.
Dados de mais de 12 mil cães que morreram em Tóquio entre 2012 e 2015 revelaram que apenas um tinha atingido uma idade muito avançada: 25 anos.
Dados de mais de 30 mil cães que morreram no Reino Unido entre 2016 e 2020 revelaram que apenas 23 cães tinham atingido 20 anos.
Daí a improbabilidade da idade de Bobi. O que não quer dizer que não tivesse. Mas eram necessárias evidências fortes.

Podem ler aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

Bobi com 7 anos.
Crédito: Guinness World Records

Após uma investigação de cerca de 1 mês, o título de cão mais velho do mundo (quando era vivo) foi retirado a Bobi.

Infelizmente, a sua idade exata não pôde ser verificada através de testes genéticos, porque Bobi tinha sido cremado após falecer.
O facto da idade do animal se basear somente no testemunho do seu dono, não foi considerada uma evidência credível.

Assim, concluiu-se que não existiam evidências suficientes para a reivindicação de que Bobi tinha 31 anos.

Podem ler aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

Podem ler o comunicado do Guinness World Records, aqui.

Crédito: Guinness World Records

Leonel Costa, o dono de Bobi, acha que tudo isto é uma enorme conspiração da indústria alimentar para animais.

Quando Bobi recebeu o título de cão mais velho do mundo, Leonel declarou que Bobi bebia muita água e comia comida humana, sem temperos: Bobi comia a mesma comida que os donos, família Costa, mas banhada em água para ficar sem temperos.
Ele também vivia livre, sem nunca ter estado acorrentado (que lhe provocasse stress). Sempre viveu num ambiente calmo.
Assim, o segredo da longevidade de Bobi é um ambiente calmo, comida humana e visitas regulares a veterinários, onde apanhou todas as vacinas necessárias.

Consequentemente, na opinião de Leonel, foi o lobby industrial da comida para animais que colocou em causa a idade de Bobi.
Leonel também afirma que é muito suspeito eles só terem pedido testes adicionais 2 dias após a cremação, propositadamente para não serem possíveis; sendo assim, a dúvida iria sempre persistir.

Segundo Leonel, esta indústria não quis que Bobi tivesse o título, porque seria uma ameaça à indústria de fabricantes de alimentos para animais de estimação, já que Bobi viveu bem até esta idade com comida humana cozinhada: sem necessidade de alimentação para pets.
Desta forma, Bobi é a prova que comer ração para cães não é sinal de maior qualidade de vida.

Podem ver a reportagem, aqui.

Crédito: Daily Star

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